Nesta quinta-feira, 13 de janeiro, estreia nos cinemas brasileiros o drama Benedetta (2021), de Paul Verhoeven. A história pode parecer fantasiosa, mas decorre de fatos registrados por estudiosos da Igreja Católica e da Idade Média: no século XVI, na Itália, a jovem Benedetta Carlini perturbou a ordem local. A religiosa dizia ter visões eróticas com Cristo, além de receber mensagens relacionadas à chegada da Peste Negra na região. Enquanto isso, manteve um relacionamento sexual com outra noviça.
Esta passagem pouco conhecida do cristianismo é representada pelo mesmo diretor de Elle (2016), Showgirls (1995) e Instinto Selvagem (1992), ou seja, um artista sem medo de representações do corpo, do sexo e da sexualidade. As cenas de lesbianismo, masturbação e erotismo com a figura de Cristo despertaram protestos nos festivais por onde o longa-metragem passou, incluindo o Festival de Cannes. No fim de 2021, Benedetta figurou na lista de melhores filmes do ano da prestigiosa revista Cahiers du Cinéma, além da National Board of Review.
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Trailer :: Benedetta

Em relação aos protestos e acusações de blasfêmia, o diretor respondeu, categoricamente: “Eu realmente não entendo como poderia cometer blasfêmia em relação a algo que realmente aconteceu. Não se pode simplesmente mudar a história depois do fato. É possível dizer se foi certo ou errado, mas você não pode mudar a história. Creio que a palavra blasfêmia, nesse caso, para mim, é idiota”.
Benedetta 
é estrelado por Virginie Efira, que já trabalhou com o cineasta em Elle. O elenco é completado por grandes nomes do cinema francês: Charlotte Rampling, Lambert Wilson, Olivier Rabourdin, Hervé Pierre e Clotilde Courau, além da novata Daphne Patakia, interpretando Bartolomea, noviça com quem a protagonista se relaciona. David Birke, roteirista de Elle, retorna ao segundo projeto de Verhoeven em língua francesa.
O filme chega a 40 salas pelo Brasil, nas seguintes cidades: Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Curitiba, Fortaleza, Florianópolis, João Pessoa, Maceió, Natal, Niterói, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. A distribuição fica a cargo da Imovision.

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Crítico de cinema desde 2004, membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema). Mestre em teoria de cinema pela Universidade Sorbonne Nouvelle - Paris III. Passagem por veículos como AdoroCinema, Le Monde Diplomatique Brasil e Rua - Revista Universitária do Audiovisual. Professor de cursos sobre o audiovisual e autor de artigos sobre o cinema. Editor do Papo de Cinema.
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