Poucos atores foram eternizados praticamente como o rosto de uma vanguarda. Jean-Paul Belmondo é um deles. Junto com seus contemporâneos Anna Karina, Jean-Pierre Leaud, entre outros, ele ficará para sempre marcado como uma das personificações da Nouvelle Vague francesa. Belmondo morreu nesta segunda-feira, 06, de causa não divulgada até o encerramento desta matéria. Seu advogado, Michel Godest, apenas disse que ele “estava cansado há muito tempo e morreu tranquilamente”. Desde muito cedo, o futuro astro teve contato com o mundo das artes, pois era filho de Paul Belmondo, escultor de renome na França, e da dançarina Madeleine Belmondo. Na adolescência, ele estudou no Conservatoire National Superieur d’Art Dramatique (CNSAD) e seu primeiro papel de destaque nos cinemas é aquele pelo qual muitos o reconhecem: o anti-herói Michel Poiccard de Acossado (1960). A irreverência e desacordo com um mundo repleto de regras e tradições são características desse personagem que obviamente serviu como molde a tantos outros que vieram depois com semelhante ímpeto transgressor. E o cineasta Jean-Luc Godard, com quem Belmondo colaborou em outros filmes importantes, soube expressar por meio dele as próprias inquietações.
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Jean-Paul Belmondo foi ainda o protagonista de O Demônio das Onze Horas (1965). Um ano antes, em 1964, participou de O Homem do Rio, mistura de aventura e romance dirigida por Philippe de Broca e que teve filmagens no Brasil. Contrariando quem projetada a sua permanência no chamado Cinema de Autor, Belmondo enveredou ainda nos anos 1960 por um cinema mais mainstream, ganhando popularidade como um dos principais astros da comédia e da ação do cinema francês. No que diz respeito aos prêmios, ele foi agraciado uma vez com o César (o Oscar do cinema da França) pelo papel em Itinerário de um Aventureiro (1988); recebeu duas indicações ao Bafta e foi condecorado com a Palma de Ouro Honorária no Festival de Cannes de 2011. Especialmente nos anos 2000, restringiu suas aparições no cinema a esparsas experiências.
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