Estrela maiúscula do cinema francês, a atriz Anouk Aimée morreu nesta terça-feira, 18, aos 92 anos, de causas naturais. A informação foi divulgada por sua filha Manuela Papatakis: “Estava ao lado dela quando faleceu esta manhã, em sua casa, em Paris”. Um verdadeiro patrimônio da Sétima Arte, com mais de 70 filmes em seu currículo, além de inúmeras distinções e reconhecimentos, Anouk Aimée era filha de atores, mas não atribuiu ao ambiente doméstico a sua vocação. Até por que, batizada Françoise Dreyfus, ela foi criada basicamente por seus padrinhos num ambiente rural, longe dos holofotes que banhavam seu pai e sua mãe com frequência. Inicialmente interessada pelo cinema apenas como espectadora apaixonada, ela dizia que não sabia de onde veio o “sim” dos seus lábios ao ser convidada na pré-adolescência pelo diretor Henri Calef para debutar nas telonas. Seu primeiro filme foi La Maison Sous la Mer (1946). Então com treze anos de idade, Aimée interpretava uma jovem chamada Anouk – nome que ela passou a utilizar mais tarde como alcunha artística, somada ao Aimée (de “amada”) que Jacques Prévert lhe propôs posteriormente como complemento.
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Dona de uma carreira diversificada, Anouk Aimée recebeu em 1967 a sua única indicação ao Oscar, por Um Homem, uma Mulher (1966) – que também lhe rendeu indicação ao Globo de Ouro. Outros de seus trabalhos de maior destaque são A Doce Vida (1960), Lola, a Flor Proibida (1961) – que costumava citava como um dos seus papeis mais importantes e emblemáticos – e 8 ½ (1963). Na França, era de praxe opor a imagem da morena Anouk Aimée à da loira Brigitte Bardot. Mas, enquanto Bardot continuava restrita ao âmbito do cinema francês, Anouk Aimée fez filmes na Espanha, Inglaterra, Itália, Alemanha e nos Estados Unidos. Casou-se três vezes: com o cineasta grego Nico Papatakis, quando tinha 19 anos; com o músico Pierre Barouh, que conheceu no set de Um Homem, uma Mulher (ele é autor e intérprete do famoso refrão em “chabadabada”); e com o ator inglês Albert Finney. Nos últimos anos, a atriz diminuiu seu ritmo de trabalho, sendo a sua última aparição na telona que a consagrou em Os Melhores Anos de Uma Vida (2019), filme de Claude Lelouch no qual retomou a sua icônica personagem de Um Homem, uma Mulher.
PRÊMIOS
Além das já citadas indicações ao Oscar e ao Globo de Ouro, Anouk Aimée foi duas vezes nominada ao Bafta, uma ao César (além de um troféu honorário em homenagem à sua carreira), ganhou o prêmio máximo de atuação no festival de Cannes por Salto nel Vuoto (1980), de Marco Bellocchio, e recebeu um troféu especial pelo conjunto da Obra em 2003 no Festival de Berlim.
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