Depois de passada toda a agitação em torno do 25º Prêmio Guarani do cinema Brasileiro, restam as comemorações. Destacando os principais filmes entre os mais de 170 lançados comercialmente no Brasil em 2019, isso sem contar os curtas-metragens também aqui contemplados, a distinção serve para ajudar a iluminar obras de escopos, abordagens e tamanhos distintos. Nem todos os exemplares têm suporte midiático para cair na boca do povo, alguns crescem em pequenos grupos e se tornam incontornáveis ao longo dos anos. Mas, antes que as sombras das nossas dificuldades tomem de assalto o presente texto de apresentação, é bom voltar a pensar em celebração. Consultamos todos os vencedores do 25º Prêmio Guarani do Cinema Brasileiro, solicitando a eles uma breve manifestação a respeito de suas vitórias tão importantes. Alguns retornaram o contato nos informando de impossibilidades momentâneas, inclusive por conta do movimento de retorno aos trabalhos que se avizinha com a flexibilização de alguns protocolos de distanciamento antes impostos pela pandemia do Covid-19. Outros gentilmente conseguiram escrever algumas palavras para nos brindar com estes instantes de alegria que você confere logo abaixo. Vida longa ao Prêmio Guarani. Vida longa ao Cinema Brasileiro. Nos vemos em 2021 com mais indicações, expectativas e festa.

 

Marco Nanini – Melhor Ator, por Greta
Olha, que maravilha! Que beleza! Foi um papel que tive muito prazer em fazer. Foi um papel difícil, por ser muito sutil. Este é um personagem quieto, introvertido. Eu tive toda a confiança no Armando Praça, e não poderia ter sido diferente: jamais faria o filme se não tivesse confiança nele. Ele é um diretor muito bom, assim como a ótima equipe de Fortaleza. Fiquei deslumbrado porque eu fazia questão de participar de um desses filmes que são produzidos hoje no Nordeste. Isso aconteceu com Greta.

 

 

 

 

Britney Federline – Melhor Maquiagem, por Morto Não Fala
Nunca tinha trabalhado em um filme de terror, Morto Não Fala foi uma grande oportunidade de mostrar meu trabalho de outras formas. A indicação ao Prêmio Guarani com este trabalho é um grande reconhecimento! Não apenas do meu trabalho, mas a certeza de que podemos fazer filmes de gênero com qualidade no Brasil. 

E estou muito feliz com prêmio Cinema é um trabalho de equipe e Morto Não Fala é um exemplo disso. Quero agradecer especialmente à produtora executiva Nora Goulart pela oportunidade e por ter possibilitado executar o filme da melhor maneira possível. Divido este prêmio com a minha equipe de maquiagem, especialmente o Marcelo AMP, que foi responsável pela brilhante confecção dos corpos que vemos no filme.

 

Rodrigo Martirena – Melhor  Direção de Arte, por A Vida Invisível
Muito obrigado a todos por este prêmio Guarani de Melhor Direção de Arte de 2019. Obrigado aos críticos, ao Papo de cinema e ao público que tanto gostou do filme. Estou muito feliz, por conta do prêmio e de ter participado de um projeto tão lindo como A Vida Invisível.

Este é um prêmio para toda a equipe de arte que fez um trabalho com amor e muita dedicação. Graças a todos vocês. E, claro, muito obrigado ao Karim Aïnouz e ao Rodrigo Teixeira por confiarem em mim.

Eu estou muito feliz!
Viva el Cine !!
Viva o cinema brasileiro!!

 

Otto Guerra – Melhor Animação, por A Cidade dos Piratas
“Não nos inventaram ainda”, uma frase da Laerte em nosso filme diz muito sobre como um prêmio da crítica vem a calhar. Enfim existimos! Uma honra esse reconhecimento, pois o prêmio Guarani leva em conta toda a produção anual do cinema brasileiro. Legitima o fato de estarmos vivos e atuantes, sobretudo, que nossa fala “torta” é entendida do jeito que é pra ser.  A Cidade dos Piratas é uma homenagem à cartunista Laerte e resolvemos brincar de Cinema Marginal. Transgredir é uma forma de protestar contra o que vivemos no dia a dia. Desigualdade social extrema, preconceitos de todos os tipos e o consumismo que em breve vai levar a nossa espécie a ser enxotada do planeta. Obrigado pelo reconhecimento e longa vida ao Prêmio Guarani!

 

 

Silvero Pereira – Melhor Ator Coadjuvante, por Bacurau
Em primeiro lugar, preciso expressar a alegria de estar indicado ao lado de outros atores tão grandiosos como Rodrigo Santoro, Enrique Díaz, Demick Lopes e Renato Novaes. Sou muito novo no audiovisual, tenho apenas três curtas rodados, dois longas (Serra Pelada e Bacurau) e um longa em finalização (De Repente Drag, produção maranhense). Daí me deparo com o prestigiado  Prêmio Guarani que trás o reconhecimento do meu trabalho a partir do olhar de críticos de todo o território brasileiro.

Bacurau é um filme especial não apenas pelo que muita gente já pôde conferir nas telas, mas por ser uma obra agregadora. Lunga é um presente na minha carreira como ator porque representa uma confiança de toda a equipe diante de um processo de criação de personagem que permite ouvir o ator, trocar ideias com os profissionais da caracterização e chegarmos numa figura quase real, para além do set. Além, claro, na relação de amizade, quase família, com todo o elenco talentoso desse filme. Ser o Melhor Ator Coadjuvante no Prêmio Guarani, figurando ao lado de Fernanda Montenegro, é quase inacreditável.

Agradecer mais uma vez a toda família Bacurau e aos críticos que me permitiram essa honra.

 

Marina Franco – Melhor Figurino, por A Vida Invisível
Como tornar visível A Vida Invisível? Um dos principais modos de se colocar no mundo é pela forma de vestir. É pelos signos que o cinema nos convida a viver a vida dos outros. Interpretar os desejos do diretor Karim Aïnouz foi um sonho e um desafio ao mesmo tempo. O trabalho foi feito através de muita pesquisa, desconstrução imagética, paciência e disponibilidade para mudanças. 

Trouxemos para a tela vestígios da vida privada feminina: bruta como a cena antológica da noite de casamento de Eurídice, delicada como uma sequência de Guida e Filomena em que a morte é quase um presente. Um melodrama tropical onde os objetos são rastros e amuletos da existência de suas heroínas. É uma grande honra e um privilégio receber um prêmio que reflete a visão de profissionais da crítica. Gostaria de dividir meu primeiro prêmio de figurino com toda a equipe, com as atrizes e atores, e com o produtor Rodrigo Teixeira, que fez o convite para participar deste projeto. Muito obrigada!”

 

Matheus Alves SouzaMelhor Trilha Sonora, por Bacurau
É com bastante prazer e satisfação que recebo o prêmio de Melhor Trilha Sonora junto com meu irmão Tomaz Alves Souza. Ter o reconhecimento da crítica especializada é sempre um indicativo de que seu trabalho está indo num caminho interessante, então fica aqui um agradecimento especial a todos que votaram na gente e à galera do Papo de Cinema por organizar essa premiação.

Muito massa também ter a companhia de tanta gente talentosa na categoria, um abraço a todos e vida longa à Música pra Cinema Brasileira! Ah! Pra finalizar, aquele salve de sempre a Juliano Dornelles, Kleber Mendonça Filho, Emilie Lesclaux, Gustavo Montenegro e toda a equipe sensacional de Bacurau, em especial à galera que produziu a trilha junto conosco: Piero Bianchi, Gera Vieira e todos os músicos e técnicos envolvidos. Valeu!

 

Marcelo Caetano, Leonardo Lacca e Amanda Gabriel – Melhor Elenco, por Bacurau
Ficamos felizes com a premiação. É a segunda parceria de nós três em filmes de Kleber, a primeira, Aquarius, também foi premiada no Guarani. Acho que nós três partilhamos de um amor pelo trabalho com elenco e buscamos sempre atores e atrizes interessades em contribuir com narrativa e misé-en-scène. E isso reflete nos métodos horizontais e colaborativos da preparação do elenco.

 

 

 

 

Inês Bortagaray – Melhor Roteiro Adaptado, por A Vida Invisível
As notícias deste prêmio foram fontes de imensa alegria e orgulho. A verdade é que A Vida Invisível é um filme muito querido para mim. O amo com um carinho especial. É irrestrita a admiração que sinto pelo trabalho de Karim, por Murilo no trabalho requintado que fizemos com o roteiro, por toda a equipe de produção e pelas atrizes que deram corpo e vida a Eurídice e Guida. Acompanhar a escrita desta história foi um privilégio para mim, e aprendi muito com Karim e Murilo, e também com esses personagens enormes e corajosos. Obrigado, Prêmio Guarani, por esse reconhecimento. Um abraço diretamente de Montevidéu.

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