Crítica
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Sinopse
Xander Cage entra em conflito com o assassino Xiang e seu grupo de aniquiladores. Os dois se enfrentam para recuperar uma poderosa arma, conhecida como Caixa de Pandora. Para tal feito, Xander recruta um novo grupo de soldados e se envolve em um plano mortal que indica uma conspiração dos governos mundiais.
Crítica
Vin Diesel é, indiscutivelmente, o novo rei das franquias em Hollywood. Se na virada do século XXI ele parecia desconfortável com essa situação, agora ele abraçou o posto com visível prazer. Apenas para este ano de 2017 está prevista a sua presença em Velozes e Furiosos 8 e Guardiões da Galáxia Vol. 2, além de rumores apontarem para um Riddick 4 e um O Último Caçador de Bruxas 2! Antes disso tudo, no entanto, ele chega às telas em xXx: Reativado, no qual resgata, após quinze anos, um dos seus personagens mais carismáticos: Xander Cage. E o resultado, além de ter um visual moderno, uma narrativa dinâmica e estar adaptado aos tempos atuais, também fornece os elementos necessários não apenas para a revitalização da saga, mas consegue ainda apontar novos rumos no seu futuro.
Visto pela primeira vez em xXx (2002), filme que custou US$ 70 milhões e arrecadou quase quatro vezes esse valor nas bilheterias de todo o mundo, Xander Cage (Diesel) é uma espécie de Robin Hood contemporâneo, que atazana a vida de ricos e poderosos para tentar oferecer algum tipo de retorno para os mais carentes, aproveitando, nesse meio tempo, para filmar suas peripécias e disponibilizar os vídeos em seu site na internet, canal que se tornou um fenômeno a ponto de despertar o interesse do governo norte-americano. É por isso que o convocam, dando origem a um grupo de profissionais que não seguem as regras e fazem o que for preciso para atingir seus objetivos. A existência dessa equipe só ficou evidente em xXx 2: Estado de Emergência (2005), em que Ice Cube assumia a posição de protagonista após a desistência de Vin Diesel. Com o fracasso desse episódio (teve um desempenho de público quatro vezes inferior ao do capítulo inicial), a série parecia fadada ao esquecimento. Nada, no entanto, que quinze anos depois não pudesse ser revisto.
Xander Cage é chamado de volta à ação quando um ataque terrorista acaba assassinando seu antigo líder, Augustus Gibbons (Samuel L. Jackson, divertindo-se em um prólogo ao lado do jogador brasileiro de futebol Neymar). Para tentar descobrir quem está de posse de uma poderosa arma tecnológica, a nova diretora da operação, Jane Marke (Toni Collette, deixando claro seu prazer em ser exagerada e caricata, bem de acordo com o que um personagem desse tipo poderia lhe exigir), decide formar um novo time xXx. Para isso, precisa contar com o homem que deu origem à força – e é aí em que Cage se encaixa. Para tanto, ele arregimenta seus próprios colegas de confiança – a especialista em armas Serena Unger (a estrela de Bollywood Deepika Padukone), a mortal Adele Wolff (a ex-modelo Ruby Rose), a nerd atrapalhada Becky Clearidge (Nina Dobrev) e o neo mafioso Lazarus (o cantor Nicky Jam). Há momentos de destaque para todos, cada um com sua particularidade. Mas não se engane: o show, aqui, é mesmo de Vin Diesel.
Como é de se esperar de uma produção deste tipo, xXx: Reativado é muito mais a respeito de façanhas mirabolantes, cenas incríveis e excessos de adrenalina do que tramas intrincadas e grandes atuações. Como bem disse Vin Diesel em entrevista exclusiva ao Papo de Cinema, depois da provação que foi realizar Velozes e Furiosos 7 (2015) após a morte do colega Paul Walker, ele precisava ter pela frente um tipo que estivesse sempre rindo e aproveitando cada momento de sua história. E é exatamente o que Xander Cage faz. Ele é o cara perfeito para dizer frases prontas, abusar dos clichês e realizar feitos impensáveis aos mais reles dos mortais com a maior tranquilidade do mundo. O que é visto na tela parece absurdo demais para ser verdade? Com certeza. Mas quem espera encontrar por aqui verossimilhança?
Após o constrangedor suspense O Quarto dos Esquecidos (2016), o cineasta D.J. Caruso assume a direção deste projeto, entregando um trabalho tão ou mais genérico do que aqueles realizados por Rob Cohen (xXx) e Lee Tamahori (xXx 2: Estado de Emergência). E porque isso? Porque a principal preocupação deles é abrir espaço e criar as condições favoráveis para que seus astros apresentem aquilo que fazem melhor, sem exigir nada muito além deles. xXx: Reativado segue essa linha, trilhando caminhos seguros e contentando os fãs mais fiéis, porém sem se esforçar para ir atrás daqueles desconfiados. É diversão leve e passageira para aqueles que sabem bem o que irão encontrar. E se no processo conseguem oferecer algum tipo de diversidade, buscando novos rostos e proporcionando novidades, seja na narrativa aventuresca ou mesmo se arriscando pelas fórmulas mais consagradas do gênero, tudo acaba sendo lucro. Mais do mesmo, sim. E com muito orgulho.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 6 |
Thomas Boeira | 2 |
Edu Fernandes | 5 |
MÉDIA | 4.3 |
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