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Sinopse

Mais de duas décadas após recuperada a espada do destino, um ambicioso mercenário resolve roubar o artefato. Um grupo de guerreiros deve protegê-lo e evitar que o malfeitor tenha um poder quase ilimitado.

Crítica

Exibido dezesseis anos após o primeiro volume de O Tigre e o Dragão (2000), de Ang Lee, mas com o tempo cronológico elevado a 18 temporadas de diferença, O Tigre e o Dragão: A Espada do Destino é narrado em inglês, pela personagem Yu Shu Lien, vivida mais uma vez por Michelle Yeoh, sobrando a ela a função de ser o elo entre uma história e outra.

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Além do incomodo linguístico, outra diferença inconveniente é a paleta de cores, repleta de tonalidades claras e chapadas, que visam mostrar uma outra face da Dinastia Ching, de certa forma ignorando o trabalho anterior de Lee. A direção de Woo-Ping Yuen tenta equilibrar sua tradição chinesa, adquirida em clássicos como O Mestre Invencível (1978), unido a americanização de seu próprio cinema, como em Perseguição Explosiva (1989), que também já contava com Donnie Yen no elenco. Neste novo capítulo, a peça bélica é vista na espada verde de Li Mu Bai, fator este que ajuda a explicitar as enormes diferenças entre os plots, com o mais atual preocupado em resgatar a mitologia em detrimento das relações humanas intrínsecas. As cenas em slow motion, que mostram uma justa entre dois guerreiros em um lugar fechado, servem de mostra cabal disso, em que a preocupação maior é em não estraçalhar os artefatos ao invés de dar vazão ao combate honrado entre marginais.

Apesar de abrir mão do jogo de cabos e arames, as batalhas não soam mais naturais. Pelo contrário, abusam de uma câmera lenta há muito ultrapassada – vide o cinema de Zack Snyder – e falta sutileza na condução dessa nova história. Alguns ciclos se repetem, como a apresentação tardia de Meng Sizhao (Yen), com quase um quarto de filme decorrido, além de cenas em que Lien treina uma nova pupila, Snow Vase (Natasha Liu Bordizzo), que também tem um ladrão do deserto à sua espreita, exatamente como Jen Yu (Ziyi Zhang) no filme de 2000. Os personagens periféricos, que cercam Sizhao, tem um visual interessante e técnicas de luta complementares, mas são sub aproveitados, exatamente por terem de dividir o curto tempo de tela, que deveria ser preenchido com outros dramas que não só as lutas e reprises de emoção. Os elementos equilibrados, que compunham um quadro belo anteriormente, são sumariamente ignorados, o que é lastimável.

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O Tigre e o Dragão 2 segue péssimo diante da crítica de cinema especializada, por apresentar uma história incondizente com o primeiro, pasteurizada e repleta de clichês exportados de outros subgêneros de ação, quase como um pastiche do clássico instantâneo de Ang Lee. Enfim, resulta em um filme com poucas coreografias de luta interessantes e sem qualquer alma ou substância em seu texto.

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é Jornalista, Escritor e Editor do site Vortex Cultural (www.vortexcultural.com.br). Quer salvar o mundo, desde que não demore muito e é apaixonado por Cinema, Literatura, Mulheres, Rock and Roll e Psicanalise, não necessariamente nessa ordem.
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Filipe Pereira
3
Chico Fireman
5
MÉDIA
4

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