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Sinopse

Cinco jovens dão carona para uma jovem enquanto atravessam o Texas, nos Estados Unidos. Depois que a estranha comete suicídio, os viajantes enfrentam ainda mais problemas ao bater na porta de uma casa remota.

Crítica

Mais conhecido como diretor de videoclipes de popstars como Janet Jackson, Faith No More e Cher e por ter sido assistente de direção do sucesso A Lenda do Tesouro Perdido (2004), Marcus Nispel estreia na direção de um longa-metragem com O Massacre da Serra Elétrica, remake do original de 1974 dirigido por Tobe Hopper (responsável também por outro clássico do gênero, Poltergeist, 1982). E Nispel chega com um padrinho de peso: Michael Bay, diretor de Armageddon (1998), que aqui assina a produção. E a idéia, financeiramente falando, deu certo: essa nova versão custou menos de US$ 10 milhões e arrecadou, só nas bilheterias americanas, mais de oito vezes este valor.

Se no bolso o projeto funcionou, na tela são outros quinhentos. Vendido com o conceito de “inspirado numa história real”, este O Massacre da Serra Elétrica pouco acrescenta ao que já havia sido feito, além de mexer na aura de “intocável” do filme anterior. O que antes era um terror assumidamente podreira, “B” em todos os sentidos, e por isso mesmo merecedor de certa admiração, agora ganha um verniz estético à la MTV: plasticamente limpo, apesar dos jorros de sangue calculados que volta e meia explodem na tela.

O longa conta a história doente de uma família de perturbados mentais que habitam uma vila desolada no interior. Um deles possui um problema de pele, o que o faz assassinar qualquer desavisado que cruze seu caminho (com o apoio dos familiares, que o ajudam no preparo das “armadilhas”), para arrancar-lhes suas peles e em si próprio experimentar essa nova “roupagem”. O drama começa quando uma van de adolescentes enguiça no local, para que em seguida eles virem objeto de desejo de Leatherface (o tal maníaco), num óbvio jogo de gato-e-rato.

É difícil acreditar que alguém leve algum susto ao assistir este novo O Massacre da Serra Elétrica. Tudo é tão óbvio e patético, que o mais fácil é ouvir as risadas involuntárias da plateia. Uma grande bobagem, inspirada num tema trágico que inclusive gerou obras muito mais sérias, como o infinitamente superior O Silêncio dos Inocentes (1991), que foi baseado superficialmente no mesmo caso. Do jeito que se apresenta, entretanto, é só mais uma produção do gênero esquecível e descartável, destinada a jovens descerebrados que se preocupam mais com a pipoca e com o refrigerante do que com o que está de desenvolvendo na tela. Perda de tempo total.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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