Morte no Funeral
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Frank Oz
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Death at a Funeral
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2007
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Reino Unido / EUA / Alemanha / Holanda
Crítica
Leitores
Sinopse
Uma família desajustada se reúne para o enterro do patriarca. Um sujeito surge com revelações surpreendentes e os dois filhos do falecido tentam de tudo para não deixar a verdade vir à tona.
Crítica
Frank Oz já tem garantido seu espaço na memória de todo bom cinéfilo pelo seu desempenho como um dos personagens mais marcantes do cinema hollywoodiano: é dele a voz de Yoda, o sábio mestre jedi de frases invertidas da saga Star Wars. Mas além de dublador (nos seus créditos aparecem participações em filmes como Zathura, 2005, e Monstros S.A., 2001, e em séries como Vila Sésamo, 1969-2014, e Os Muppets, 1976-1981), Oz é um cineasta de extenso currículo, responsável por sucessos como Nosso Querido Bob (1991) e Os Picaretas (1999) e fracassos como A Cartada Final (2001) e Mulheres Perfeitas (2004). E depois desse último desastre, que quase acabou com a carreira de Nicole Kidman, decidiu se refugiar na Inglaterra para dirigir Morte No Funeral, uma legítima comédia britânica de baixo orçamento, sem grandes astros, porém com um humor muito mais corrosivo e sarcástico, mas, ainda, contando com um previsível final feliz, mesmo que às avessas. E ele até que se sai bem!
Após a morte do pai, Daniel (Matthew MacFadyen) tem como principal preocupação realizar um serviço fúnebre à altura. Mas ele não tem somente isso em mente: há o que fazer com a mãe, os anseios da esposa que quer se mudar e o irmão (Rupert Graves), famoso romancista, que está vindo dos Estados Unidos para a ocasião. E, claro, em receber bem todos os parentes que também devem marcar presença para um último adeus.
Entre estes está a prima decidida em se casar com o namorado, mesmo contra a vontade do pai. E, para acabar com o nervosismo do rapaz, que irá enfrentar o futuro sogro, ela lhe dá uns tranquilizantes pegos ao acaso na casa do irmão, que estuda farmácia. O que ela não sabe é que aqueles comprimidos não são calmantes, e sim ecstasy. Com isso dá pra se ter uma ideia do que o coitado irá aprontar durante a cerimônia, de alucinações sobre sons vindos de dentro do caixão até terminar completamente nu desfilando pelo telhado da casa! Mas a maior confusão estará representada por um ilustre desconhecido - um anão (Peter Dinklage). E ele está ali por um motivo que provocará choque e surpresa: ele era amante do falecido! Portado de fotos que comprovam a relação homossexual paterna que ninguém desconfiava, ele exige fazer parte daquela união familiar - caso contrário seu silêncio até poderia ser providenciado, mas a um alto preço!
Confusões, desentendimentos, trapalhadas, enganos e outros previsíveis clichês do gênero "reencontro de família" estão presentes. O que fará o diferencial é a forma impiedosa como eles se apresentam: praticamente ninguém chegará ao fim desta reunião ileso, sem que sua honra - ou mesmo crença - seja abalada. Com um elenco bastante coeso e com um bom timing para este tipo de comédia, um roteiro bem estruturado e sem vergonha de usar suas próprias obviedades a seu favor, Frank Oz consegue voltar a um gênero que domina com precisão (é dele também o ótimo - e superior - Será Que Ele É?, 1997), confrontando preconceitos e verdades absolutas com graça e ironia. E o resultado, apesar de pouco memorável, acaba sendo melhor do que se poderia esperar.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 7 |
Chico Fireman | 6 |
Bianca Zasso | 5 |
Diego Benevides | 7 |
MÉDIA | 6.3 |
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