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Sinopse

Depois de ver seus pais serem mortos e seu povo massacrado, Conan foi criado num campo de escravizados. Após desenvolver enorme força física e se tornar gladiador, Conan vai em busca de vingança.

Crítica

John Millius começa seu filme com uma citação ao filósofo e sociólogo Friedrich Nietzsche, evocando de certa forma a verborragia que o personagem-título de Conan: O Bárbaro não teria nesta versão. A quase mudez do personagem talvez ocorresse graças à ainda inábil capacidade do intérprete Arnold Schwarzenegger em proferir um inglês palatável aos norte-americanos. Mesmo com tantas diferenças entre essa versão vista no roteiro de Millius e Oliver Stone e a canônica de Robert E. Howard, todo o ideal de heroísmo, escapismo e desbravar dos quadrinhos antigos de John Buscema e companhia são mantidos.

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Ainda jovem, o homem que viria a ser o herói incapaz de verter lágrimas vê os pais e demais adultos da aldeia tendo suas vidas cerceadas pela maléfica figura de Thulsa Doom (James Earl Jones), que o poupa única e exclusivamente por ser ele criança. Com o tempo, o escravo se torna guerreiro, entrando em ringues semelhantes ao de um gladiador, passando então a ter diretos sobre seus atos, praticando assim o barbarismo e pífias conquistas amorosas, quase sempre interagindo com as mulheres de forma silenciosa e puramente instintual.

Na jornada que faz, ele encontra Subotai (interpretado pelo surfista Gerry Lopez), homem de feições asiáticas que passa a ser sidekick do herói. É nessas interações que o bárbaro reafirma sua fé em seu deus, Crom, divindade dos seus pais e dos demais cimérios. Enquanto vagam sem destino por esse mundo pré-histórico e repleto de magia, eles encontram Valeria (Sandhal Bergman), e passam então a beber e a buscar novos desafios, até encontrarem um rei que pede para eles resgatarem sua filha das mãos do mesmo feiticeiro alvo de vingança do cimério.

O filme possui muitos animatrônicos e efeitos especiais práticos, mas tem contra si alguns erros crassos de continuísmo, fator que fez dele alvo de duras reprimendas por parte da crítica de cinema especializada. De fato as sequências de ação, próximo ao final, desde as que mostram os justiceiros camuflados até o combate derradeiro entre protagonista e antagonista possuem uma qualidade inferior ao esperado em um filme blockbuster sério, tão fracas que quase fazem o longa-metragem denegrir-se.

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Para todos os efeitos Conan: O Bárbaro entrou para o seleto hall de clássicos de capa e espada, ajudando a pavimentar a popularidade do subgênero, vencendo seus concorrentes pela clara coragem de expor a violência do modo mais visceral possível em se tratando de um filme de classificação etária baixa, além de resultar em um divertido produto audiovisual de fantasia.

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é Jornalista, Escritor e Editor do site Vortex Cultural (www.vortexcultural.com.br). Quer salvar o mundo, desde que não demore muito e é apaixonado por Cinema, Literatura, Mulheres, Rock and Roll e Psicanalise, não necessariamente nessa ordem.
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