Crítica
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Sinopse
Cal Weaver tem quarenta e poucos anos e leva uma vida perfeita, com um bom emprego, filhos e um casamento com a namorada do colégio, Emily. Até que, ao descobrir que a esposa o está traindo e quer o divórcio, sua vida desaba por completo. Forçado a voltar ao mundo dos solteiros, enfrenta as dificuldades habituais de quem não sabe mais como se portar para se aproximar de uma mulher. É quando entra em cena Jacob Palmer, um amigo que passa a lhe dar algumas dicas.
Crítica
Quando saíram os primeiros trailers de Amor a Toda Prova, a impressão era de se tratar de uma comédia inteligente, debochada, satírica. Pois nem tanto ao céu, nem ao inferno. É divertida, mas mais açucarada do que prometia. Afinal, dos três termos enaltecidos no título original – louco (crazy) estúpido (stupid) amor (love) – há muito pouco dos dois primeiros e exagero do último – como praticamente 99% das produções do gênero. O que se salva, portanto? O elenco afiado – com destaque para o casal jovem interpretado por Ryan Gosling e Emma Stone.
Cal (Steve Carell) e Emily (Julianne Moore) estão casados há anos, e nem se lembram mais de como eram quando se conheceram. Certa noite, durante o jantar, enquanto ele escolhe a sobremesa ela prefere pedir o divórcio. Separados, o mundo dos dois desaba. Ainda se amam, mas como reacender a chama que os uniu? A chance para ele aparece quando encontra um tradicional “ladies man”, um cara metrossexual que vive para uma nova conquista por dia. Jacob (Gosling) vem de família rica, tem tudo o que o dinheiro pode comprar e passa os dias entre academias, bons restaurantes e fazendo compras para à noite se apresentar da melhor maneira às mulheres. E é isso que ele irá ensinar a Cal: como conquistar a garota da sua vida – ao menos até o dia seguinte!
Esse processo de transformação responde por alguns dos melhores momentos de Amor a Toda Prova. Steve Carell sabe fazer rir sem compromisso, como demonstrou no remake de Agente 86 (2008), mas se sai melhor em tragicomédias como Eu, Meu Irmão e Nossa Namorada (2007). Felizmente, aqui está mais para esse segundo estilo do que para o primeiro. Introspectivo e reticente, aos poucos vai se soltando, aproximando-se do ideal de vida desenhado pelo companheiro. É numa dessas noites que irá conhecer a professora interpretada por Marisa Tomei, que apesar da pequena participação, conquista o público de imediato – as pernas que aparecem no cartaz do filme são delas! A oscarizada atriz se sai ainda melhor do que outro convidado especial, Kevin Bacon, que já teve seu ponto alto nesse ano em X-Men: Primeira Classe (2011).
Mas o que prende a atenção do espectador do início ao fim será mesmo o desenlace amoroso que se dá paralelamente aos protagonistas. Ninguém se pergunta muito se Carell e Moore (adequada, porém um tanto apagada) ficarão ou não juntos. O que todos querem saber é como se dará a história entre Jacob e Hannah (Stone). Ele está simplesmente hipnotizante, com domínio perfeito da situação, mostrando ser muito mais solto e carismático do que o modo que o acostumamos a vê-lo em dramas inspirados como A Garota Ideal (2007) ou em thrillers protocolares como Um Crime de Mestre (2007). Já Emma abandona de vez os anos de coadjuvante de bobagens como A Casa das Coelhinhas (2008) e comprova ser capaz de vôos bem mais altos.
Amor a Toda Prova é também o abraço da indústria hollywoodiana aos outsiders Glenn Ficarra e John Requa, que após penarem muito para lançarem nos Estados Unidos o ótimo – e gay – O Golpista do Ano (2009), com Jim Carrey e Rodrigo Santoro, realizam algo bem mais dentro dos padrões esperados. Divertido e com boas tiradas, seria ainda melhor caso investisse mesmo da disputa dos sexos e nas contradições dos apaixonados, sem querer agradar tanto gregos quanto troianos. Do jeito que está é bom, mas fica um gostinho inevitável de que poderia ser muito melhor.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
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Robledo Milani | 7 |
Edu Fernandes | 7 |
Roberto Cunha | 6 |
Thomas Boeira | 8 |
MÉDIA | 7 |
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