Crítica
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Sinopse
Produtora de um programa de televisão com audiência em franco declínio, Abby precisa engolir a contratação de Mike, antes concorrente e que chega à emissora como a salvação da lavoura. Ela é obrigada a aceitar como colaborador esse cara machista, grosseiro e que vive de dar conselhos aos homens.
Crítica
Gerard Butler está tendo um 2009 bem movimentado. E antes do thriller Gamer e do drama Law Abiding Citizen, ele fez um belo gol junto ao público com o despretensioso A Verdade Nua e Crua, uma comédia romântica igual a todas as outras, mas que se salva pelo carisma dos protagonistas. Além do astro de 300 e RocknRolla, outro ponto de interesse é a bela e competente Katherine Heigl, que após ganhar o Emmy por seu desempenho no seriado Grey’s Anatomy tem se firmado em Hollywood como estrela em filmes como Vestida para Casar e Ligeiramente Grávidos. E como os dois são lindos e formam um belo casal na tela, quem se importa com a originalidade da trama? Os quase US$ 200 milhões arrecadados nas bilheterias de todo o mundo (mais do que quatro vezes o valor do seu orçamento) comprovam que são poucos neste time.
A direção de Robert Luketic, o mesmo de Legalmente Loira e Quebrando a Banca, já indica o que se esperar de A Verdade Nua e Crua: finais felizes e cor-de-rosas embalados por reviravoltas e outras surpresas de última hora, que até provocam um choque momentâneo, mas que servem apenas para levar a plateia ao ponto exato que ela espera chegar. Dessa vez temos Heigl como uma produtora de televisão que, sem conseguir elevar a audiência do telejornal matinal que comanda, é obrigada a aceitar um novo comentarista imposto pela direção da emissora. O problema é que o novato (Butler) é um machista grosseirão que ensina ‘a verdade nua e crua’ sobre os relacionamentos entre homens e mulheres – ou seja, quando elas pensam em ‘amor’, eles querem ‘sexo’, e por aí vai. Mas as complicações começam realmente quando ela precisa aceitar a ajuda dele para se dar bem com um novo pretendente (Eric Winter). Mas, assim como dois e dois são quatro, ele, de cupido, logo passa a ser o principal interessado na conquista do coração da mocinha!
Tudo acontece de acordo com a cartilha em A Verdade Nua e Crua. Pega-se os dois atores que estão no cartaz. No começo um antipatiza com o outro, mas logo descobrem pontos em comum entre eles. Quando finalmente começam a se dar bem, algo ‘inesperado’ surge, motivando uma separação. Mas ficam afastados apenas o tempo suficiente para que sintam saudades e, assim, possam fazer as pazes e ‘serem felizes para sempre’. Ou quase. Esta é a fórmula de 99,9% de todos os filmes do gênero. Mas enquanto tantas outras, dispondo dos mesmos elementos, falham miseravelmente, essa aqui ao menos consegue manter o bom humor e driblar as previsibilidades naturais, dispondo para isso da mão segura do realizador e de uma boa química entre seus astros principais.
A Verdade Nua e Crua, como já era de se esperar, não recebeu nada além do que o desprezo da crítica especializada, que apontou como ponto fraco da produção justamente o roteiro, óbvio e clichê. E não há como discordar de um argumento como esse após assistir ao longa. Mas, a despeito disso, trata-se de um exemplo necessário, pois atende uma demanda bastante ampla entre os espectadores atuais: aqueles que querem ir ao cinema para fugir dos problemas do cotidiano, buscando algo leve, descompromissado e minimamente engraçado, que lhes garanta algumas risadas, dois ou três sorrisos e um sentimento de satisfação que, mesmo superficial, já garante uma noite bem sucedida. E mesmo sem mudar a vida de qualquer pessoa, consegue ser feliz em sua missão. E se isso não é sucesso, então são os nossos conceitos que devem ser revistos.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 6 |
Ailton Monteiro | 2 |
Alysson Oliveira | 3 |
Daniel Oliveira | 3 |
MÉDIA | 3.5 |
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