Com uma nova onda do feminismo se erguendo na sociedade, alguns desavisados pensam que só agora as mulheres procuram seus espaços dentro da política. Georgiana Cavendish, mais conhecida como a Duquesa de Devonshire, apesar de ter vivido no século XVIII e dentro de uma aristocracia machista, nunca escondeu suas opiniões e não media esforços para entrar em discussões com os mais renomados intelectuais e políticos do seu tempo. Este filme, dirigido por Saul Dibb, tem seu foco mais nos conflitos pessoais de Georgiana, em especial sua relação com o marido, interpretado por Ralph Fiennes, mas há boas sequências em que a protagonista deixa fluir toda a sua inteligência e simpatia, fatores que a tornaram uma das mais influentes mulheres do mundo, num tempo em que o culto às celebridades ainda não havia sequer começado. Keira Knightley demonstra uma atuação segura em mais uma personagem de época mostra, assim como Georgiana, ser mais que apenas um rosto de traços delicados que embeleza a tela, reproduzindo alguns discursos que marcaram a trajetória da duquesa, abordando assuntos que, infelizmente, ainda precisam ser discutidos, como a violência contra a mulher. No filme há menções ao início da Guerra de Independência dos Estados Unidos, que começaria em 1775 e duraria até 1783, contra a Inglaterra governada pelo Rei George III.

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é jornalista e especialista em cinema formada pelo Centro Universitário Franciscano (UNIFRA). Com diversas publicações, participou da obra Uma história a cada filme (UFSM, vol. 4). Na academia, seu foco é o cinema oriental, com ênfase na obra do cineasta Akira Kurosawa, e o cinema independente americano, analisando as questões fílmicas e antropológicas que envolveram a parceria entre o diretor John Cassavetes e sua esposa, a atriz Gena Rowlands.
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