Dirigida pelo francês René Clair, esta foi a primeira de muitas adaptações do romance de maior sucesso comercial de Agatha Christie, considerado por muitos sua grande obra-prima: O Caso dos Dez Negrinhos / E Não Sobrou Nenhum. A trama configura a quintessência dos mistérios envolvendo assassinatos em mansões nos quais todos são suspeitos, apresentando dez personagens – oito convidados e um casal de empregados – que são reunidos em uma ilha isolada, sob os mais diversos pretextos, pelo enigmático Sr. U.N. Owen. Durante o jantar, o mordomo, seguindo ordens, coloca para tocar uma gravação do anfitrião revelando o propósito do encontro: punir a todos por crimes cometidos no passado. Um a um, os personagens começam a ser eliminados, seguindo a letra de uma antiga canção folclórica, Ten Little Indians, e gerando a desconfiança de todos os restantes sobre a verdadeira identidade do assassino. Optando pelo final alternativo escrito pela própria Christie para uma montagem teatral, de tom menos sombrio e trágico do que o original, Clair se mantém bastante fiel ao texto da escritora, realizando um longa que desde a cena inicial – a chegada dos convidados em um modesto barco – mescla com maestria o humor negro e o suspense. A fluidez do trabalho de câmera do diretor de fotografia Lucien N. Andriot, a marcante trilha sonora do italiano Mario Castelnuovo-Tedesco e o afiado elenco, que conta com nomes como Barry Fitzgerald, Judith Anderson, Walter Huston e Roland Young, completam o pacote que faz do longa uma das mais celebradas transposições da obra de Christie para o cinema.

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é formado em Publicidade e Propaganda pelo Mackenzie – SP. Escreve sobre cinema no blog Olhares em Película (olharesempelicula.wordpress.com) e para o site Cult Cultura (cultcultura.com.br).
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