Dos cinco indicados, três estão em suas primeiras temporadas – Pose, Segurança em Jogo e Homecoming – enquanto um está na sua última – The Americans. Já Ozark, por sua vez, foi lembrado pelo segundo ano consecutivo nessa categoria – e se não ganhou na primeira, pouca chance tem de reverter o cenário dessa vez. O vencedor do Emmy foi Matthew Rhys, mas isso diz mais respeito a uma lógica da premiação de reparar um antigo erro – era sua terceira indicação por esse programa, e a última chance de reconhecê-lo. No Globo de Ouro, como bem sabemos, as coisas são um pouco diferentes. Tanto é que o vencedor do ano passado – Sterling K. Brown, por This is Us – nem indicado neste ano foi. Aliás, o de 2017 (Billy Bob Thornton, por Goliath) também não, ainda que ambos os programas sigam no ar. Por fim, temos ainda Billy Porter, coadjuvante em sua série – ele começa a se destacar somente da metade da temporada em diante –, e só pelo fato de ter sido lembrado, já deve comemorar, e muito. Então, nas mãos de quem o ouro deve ir parar? É uma questão de aposta, e por mais que o cenário possa parecer confuso, o Globo de Ouro não vai deixar de ser o que sempre foi num estalar de dedos, não é mesmo?
Indicados
- Jason Bateman, por Ozark
- Stephan James, por Homecoming
- Richard Madden, por Segurança em Jogo
- Billy Porter, por Pose
- Matthew Rhys, por The Americans
FAVORITO
Richard Madden, por Segurança em Jogo
Basta analisar a história do Globo de Ouro e seus vencedores anteriores para concluir: os membros da Hollywood Foreign Press Association não apenas adoram apostar em “novatos”, como também dificilmente resistem a um galã em ascensão. Basta lembrarmos da vitória de Aaron Taylor-Johnson, como Melhor Ator Coadjuvante, por Animais Noturnos (2016), um prêmio que somente o Globo teve coragem de destinar ao rapaz. Pensando assim, chegamos ao nome de Richard Madden, que parece preencher todos os requisitos necessários: é bonito, talentoso, tem feito as escolhas certas e despontou num dos maiores fenômenos televisivos dos últimos tempos (Game of Thrones, 2011-2019, lembra?). Agora em voo solo, numa produção em que brilha quase sozinho, ele tem tudo para alcançar a consagração. Tanto que está indicado também ao Critics Choice. É o típico caso que tem tudo para receber fortes aplausos neste ano – e ser solenemente esquecido em 2019.
AZARÃO
Matthew Rhys, por The Americans
É raro, mas vez que outra os votantes do Globo de Ouro também se preocupam em ser justos, indo atrás de reparos históricos. Foi assim em 2016, quando Jon Hamm ganhou nesta categoria pela última temporada de Mad Men (2007-2015). Se forem por essa lógica, então, a escolha da vez deve ser Matthew Rhys, já indicado pelo mesmo trabalho em 2017, concorrendo também ao Critics Choice e premiado no Emmy – o que sempre conta a favor, vamos concordar. Ele falhou em ser lembrado ao Screen Actors Guild Award – ainda que o show concorra a Melhor Elenco – e isso é um forte indicativo que, por maior que sejam os seus méritos, está longe de ser uma unanimidade. Ou seja, se o mundo fosse justo, é bem provável que ele saísse da festa pronto para a comemoração. Mas, bem… como a gente sabe, injustiças acontecem. E não são nada raras, aliás.
SEM CHANCES
Stephan James, por Homecoming
Muitos poderão dizer que Stephan James não é nem o protagonista masculino de Homecoming, e que esse posto caberia melhor à Bobby Cannavale. Portanto, só o fato de ter se destacado a ponto de figurar na lista final dos votantes do Globo de Ouro já é um feito e tanto. Dito isso, a alegria de James deve parar por aqui. Afinal, ele falhou em ser lembrado no Screen Actors Guild – a série foi completamente ignorada pelo Sindicato dos Atores de Hollywood – e no Critics Choice (que preferiu apostar no coadjuvante Shea Whigham), sem mencionar o Satellite. E isso é ainda mais curioso àqueles que se derem conta que, por outro lado, Julia Roberts é a favorita absoluta na categoria de Melhor Atriz em Série Drama. Muito para ela, pouco para ele? Bom, se levarmos em conta que essa é a primeira indicação ao Globo de Ouro de toda a sua carreira, e que os grandes trabalhos de sua filmografia até o momento foram as cinebiografias Selma: Uma Luta Pela Igualdade (2014) e Raça (2016), já está de bom tamanho, não é mesmo?
ESQUECIDO
Bob Odenkirk, por Better Call Saul
Indicado pelos três primeiros anos de Better Call Saul, Bob Odenkirk conseguiu, pela quarta temporada, ser lembrado no Critics Choice e no Screen Actors Guild, mas falhou junto aos votantes do Globo de Ouro. Se bem que, se ainda não havia ganhado, também não seria dessa vez. Ainda mais se levarmos em conta o quão disputada estava essa categoria. John Krasinski (Jack Ryan) e Joseph Fiennes (The Handmaid’s Tale) estão indicados ao SAG, enquanto Diego Luna (Narcos: Mexico) e Freddie Highmore (The Good Doctor) estão entre os finalistas do Critics Choice. Agora, a situação mais complicada era a de This Is Us: Sterling K. Brown concorre ao SAG, enquanto que no Critics Choice quem apareceu foi Milo Ventimiglia. Como se pode ver, as opções eram muitas. E nenhuma, para sermos bem sinceros, está fazendo muita falta.
:: Confira aqui tudo sobre o Globo de Ouro 2019 ::
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