Após ler pela primeira vez este roteiro, Mark Hamill se virou para o diretor e roteirista Rian Johnson e disse: “discordo de basicamente tudo que você está propondo quanto ao meu personagem”. Bom, se o próprio Luke Skywalker estava contra o que iria acontecer neste filme, o que resta a nós, meros mortais? E assim começa a série de frustrações que o longa escrito e dirigido pelo inexperiente Johnson (este é o seu quarto projeto, o segundo a ser exibido nos cinemas brasileiros) apresenta aos fãs de Star Wars. Personagens icônicos morrem, para logo em seguida serem “ressuscitados”. Outros estão sempre prontos para se sacrificar em missões suicidas “em nome de um bem maior”, apenas para serem salvos na última hora. O humor inadequado e em proporções exageradas nos remete aos piores momentos de toda a saga (ewoks? Jar Jar Binks?). E se a linha narrativa entre Rey e Luke parece não ir a lugar algum, o que dizer dos parcos acontecimentos que envolvem Finn (John Boyega), que recebe como missão uma viagem que não dá em nada e pouco acrescenta ao enredo num todo, a não ser como mera distração? Como o objetivo do realizador parece ser desconstruir tudo de bom feito no episódio anterior, Poe (Oscar Isaac) se transforma num incômodo, gerando até um motim desnecessário, enquanto que Kylo Ren (Adam Driver) ora vai para um lado, ora para outro, mais perdido do que… bom, cego em um tiroteio seria clichê demais? Talvez, mas adequado com o que aqui nos deparamos: uma estrutura circular, apoiada em falsos alardes que, no final das contas, não vão a lugar nenhum. E no fim, estão todos no mesmo ponto do começo. Volta J.J. Abrams, por favor!
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