INDICADOS
Duas grandes cantoras, um conflito na Europa, um confronto vítimas/algozes e a sempre complexa questão do tráfico de drogas na fronteira entre México e Estados Unidos. Os longas-metragens documentais indicados este ano ao Oscar vão da biografia à denúncia, reafirmando, assim, duas fortes tendências do gênero.
Amy (2015), de Asif Kapadia, desenha um retrato multifacetado de Amy Winehouse, cantora morta em 2011, cujo talento muitas vezes foi deixado de lado em função das polêmicas decorrentes de seus excessos. Já What Happened, Miss Simone? (2015) se propõe a nos mostrar, não apenas a importância de Nina Simone como artista, mas também a incompreensão que muitas vezes a cercou, artística e pessoalmente. Winter on Fire (2015), de Evgeny Afineevsky, aborda os quase 100 dias em que a Ucrânia viu uma revolta estudantil transformar-se em revolução. Em O Peso do Silêncio (2015), o celebrado diretor Joshua Oppenheimer registra uma família que confronta assassinos tratados como heróis em seu país. Por fim, Cartel Land (2015), de Matthew Heineman, tenta entender profundamente o que possibilita e alimenta os carteis mexicanos de drogas.
Curiosidade: Dois dos cinco documentários selecionados, What Happened, Miss Simone? e Winter on Fire, são produções originais da Netflix, a gigante que tem se especializado cada vez mais em geração de conteúdo. Não é demais lembrar, no ano retrasado a empresa concorreu ao Oscar de Melhor Documentário com o elogiado A Praça Tahrir (2013) e no ano passado com o também celebrado Virunga (2014).
GANHA/TORCIDA: Amy
É o favorito em virtude do apelo artístico e midiático de Amy Winehouse, mas, sobretudo, por ser entre os concorrentes o que mais ganhou prêmios até agora, inclusive os considerados termômetros do Oscar. Amy saiu vencedor do National Board of Review, do Broadcast Film Critics Association Award, do Boston Society of Film Critics Awards, do Los Angeles Film Critics Association Awards, do London Critics’ Circle Film, do Chicago Film Critics Association Awards e do National Society of Film Critics Awards. Além disso, foi indicado ao BAFTA e ao Satellite Awards. É praticamente uma barbada.
AZARÃO: O Peso do Silêncio
A despeito da vantagem de Amy, não será totalmente estranho se Joshua Oppenheimer levar o Oscar para casa, já que seu filme foi também indicado à maioria dos certames vencidos pelo concorrente principal, isso sem contar o peso de seu realizador, algo que, por si, já angaria simpatia, além de votos. Então, mesmo que todo mundo conte com a vitória de uma biografia, não estranhe se esse filme-acerto-de-contas ganhar fôlego extra no fim do páreo, fazendo acontecer o improvável.
ESQUECIDO: Malala
Presente na lista dos pré-selecionados ao Oscar, o documentário de Davis Guggenheim bem que merecia uma vaguinha entre os cinco, mas caiu fora nas últimas etapas. Ele segue os passos de Malala Yousafzai, jovem paquistanesa atacada pelo Talibã por falar sobre educação das mulheres, entre outros temas considerados tabu em partes do Oriente Médio. Temática relevante mesclada com uma história de vida repleta de dificuldades e superações.
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