Antigamente, a maior parte dos marmanjos só queria saber delas lutando na lama. De calcinha e sutiã, de preferência. Porém, não tinha como negar. Não ia demorar muito para que as mulheres dominassem os filmes de ação e protagonizassem suas próprias séries com protagonistas de respeito, que não precisam de nenhum “macho man” para defendê-las. E elas conseguiram, ainda bem. Hoje há sempre algum título do gênero com o nome de uma bela atriz à frente do restante do elenco. Muitos são ótimos, enquanto outros não estão à altura das talentosas envolvidas. Com a estreia de Lucy (2014), longa explosivo que coloca Scarlet Johansson como a protagonista que utiliza até 100% da capacidade do cérebro humano, a equipe do Papo de Cinema resolveu listar as dez atrizes mais lembradas no gênero de ação e seus filmes mais marcantes – é claro, nem todos de tão alta qualidade. Será que a sua favorita está aqui? Confira!

 

Sigourney Weaver, na série Aliens
Num universo em que as franzinas Angelina Jolie e Scarlett Johansson são os grandes nomes do cinema de ação feminino, chega a ser curioso percebermos que a intérprete de abriu pela primeira vez as portas de Hollywood para essa realidade foi a impressionante Sigourney Weaver, que do alto dos seus 1,82m de altura se tornou mundialmente conhecida como protagonista da cinessérie Aliens. Até hoje já foram quatro filmes combatendo sanguinários alienígenas, sendo que pelo segundo – Aliens: O Resgate (1986) – ela conseguiu um feito inédito: ser reconhecida com uma impressionante indicação ao Oscar como Melhor Atriz do ano! E seu mérito continua até hoje – é a única mulher de toda a história a alcançar este feito com um filme deste gênero em mais de 85 anos de premiação! Tal impacto não foi em vão: pelo longa anterior, Alien: O Oitavo Passageiro (1979), ela já havia sido finalista no Bafta – o Oscar inglês! A força da tenente Ellen Ripley, sempre determinada a encarar – e eliminar – qualquer ameaça que venha a surgir em seu caminho, só pode ser comparada com outros personagens que se tornaram famosos em suas mãos, como a ambientalista Dian Fossey de Nas Montanhas dos Gorilas (1988), a possuída Dana Barrett de Os Caça-Fantasmas (1984) ou a cientista Grace, de Avatar (2009), tipos que somente ela poderia ter construído com tamanha credibilidade. – por Robledo Milani

 

Cameron Diaz, em As Panteras (2000)
Durante os anos 70 e 80, um seriado veiculado pela rede de televisão ABC reconstruiu o imaginário dos espectadores. Antes limitadas ao protagonismo masculino, as tramas de ação abriram mão da virilidade e se deixaram seduzir por um trio feminino, cuja beleza e técnica em nada deixavam a desejar frente aos nomes do gênero. Em 2000, As Panteras deixou a memória da televisão para se tornar uma das franquias mais bem sucedidas do cinema, na pele de Drew Barrymore, Lucy Liu e Cameron Diaz. Depois da correta aparição em O Máskara (1994), Quem vai ficar com Mary? (1998) marcou uma geração de adolescentes que encontravam na beleza tipicamente americana de Diaz o refúgio para os sonhos de todos os garotos desengonçados. Contudo, foi como uma das Panteras que a atriz subverteu por completo a impressão de ser apenas um rosto ingênuo. Entre cenas em que a ação rivalizava com o corpo esguio, Cameron Diaz guiou as aventuras do trio de As Panteras de forma carismática e humorada, alavancando o sucesso de bilheteria e possibilitando a continuidade da série no cinema. – por Willian Silveira

 

Angelina Jolie, em Lara Croft: Tomb Raider (2001)
A carreira cinematográfica de Angelina Jolie nasceu na ação. O primeiro papel como protagonista da atriz foi na infame sequência de um filme protagonizado por Jean-Claude Van Damme, Cyborg 2 (1993), lançado diretamente em vídeo. Depois de flertar com o gênero em Hackers (1995) e mais intensamente em 60 Segundos (2000), a mais icônica personificação de Jolie como heroína de ação se deu em Lara Croft: Tomb Raider (2001). Já eternizada nos games, a curvilínea arqueóloga não poderia ser melhor representada no cinema, onde toda a sensualidade e magnetismo de Jolie se sobrepõe aos problemas de roteiro e da direção errática de Simon West. A fórmula foi repetida em seguida com Lara Croft: Tomb Raider – A Origem da Vida (2003), a obrigatória porém desnecessária continuação de uma saga que nunca se tornou franquia. Ainda assim, os dois filmes valem pelo carisma de Jolie e suas ótimas performances, onde a atriz parece se divertir imensamente ao brincar com o estereótipo que representa. Antes que se voltasse para trabalhos mais sérios frente e atrás das câmeras, todo este potencial para a ação de Jolie foi felizmente reprisado nos divertidos Sr. e Sra. Smith (2005), O Procurado (2008) e Salt (2010). – por Conrado Heoli

 

Milla Jovovich, na série Resident Evil
Modelo e pouco conhecida como cantora, Milla Jovovich é lembrada, sem nenhuma dúvida, por suas parcerias com o diretor Luc Besson em O Quinto Elemento (1997) e Joana d’Arc (1999). Porém, pelo grande público a atriz é reconhecida sempre como protagonista da série Resident Evil. Acostumada a retratar mulheres de fibra e que deixam qualquer coprotagonista masculino no chinelo, Jovovich encontrou o topo da sua carreira como Alice, personagem que acorda e se vê presa na Umbrella Corporation, responsável pelo “apocalipse zumbi” que alastrou o planeta. É nesse mundo pós-apocalíptico que ela irá se descobrir novamente e ser confrontada com alguns dos maiores segredos da corporação e também de sua própria vida. Através de seu olhar forte, Milla entrega uma personagem que se assemelha muito à Ripley da, praticamente incomparável, Sigourney Weaver da série Aliens. – por Renato Cabral

 

Kate Beckinsale, na série Anjos da Noite
Esta bela inglesa demorou alguns anos para ter destaque em Hollywood. Após uma fracassada tentativa com o intragável Pearl Harbor (2001) e um leve acerto com a bonitinha comédia romântica Escrito nas Estrelas (2001), Kate Beckinsale foi escalada pelo marido Len Wiseman para protagonizar o primeiro filme dos Anjos da Noite (2003), que retrata a guerra entre vampiros e lobisomens. O moderado sucesso de bilheteria rendeu três sequências, sendo que apenas uma não traz a vampira Selene, alterego da intérprete e estrela principal. Sua personagem é tão icônica com sua força e destreza que Kate acabou ganhando outros papeis em filmes do gênero, mas nem todos com o mesmo sucesso. Em 2009, protagonizou Terror na Antártida, malsucedida adaptação de uma boa graphic novel. Já em 2012, mesmo ano em que estrelou o quarto capítulo da saga dos vampiros, foi uma das vilãs do remake de O Vingador do Futuro, cercando o personagem de Colin Farrell e tendo uma bela briga com Jessica Biel. Talvez seja hora de Beckinsale voltar a morder os pescoços para reconquistar o sucesso. Afinal, uma boa anti-heroína como esta não deve pendurar as chuteiras tão cedo. – por Matheus Bonez

 

Uma Thurman, em Kill Bill: Vol. 1 (2003) e Vol. 2 (2004)
Embora não tenha sido nos dois volumes de Kill Bill que Uma Thurman tomou para si as rédeas da ação pela primeira vez, certamente foi depois do filme de Quentin Tarantino que ela ficou marcada no imaginário cinéfilo como uma mulher de ação no cinema. Mesmo que a Hera Venenosa de Batman & Robin (1997), por exemplo, anteceda Beatrix Kido, somente com esta assassina que busca vingança contra seus antigos colegas de matança é que Thurman pode reivindicar para si um lugar de destaque entre as mulheres do cinema que caem na porrada para defender seus interesses. A sequência em que ela retalha o bando de 88 loucos subordinados à personagem de Lucy Liu não deixa dúvidas: estamos diante de uma das mais mortais assassinas que o cinema já concebeu, capaz de aniquilar seus oponentes sem dó nem piedade. Após isso, Thurman até bancou a super-heroína em Minha Super Ex-Namorada (2006), mas ali a chave é bem mais cômica. Assim, é mesmo vestindo o macacão amarelo que uma vez pertenceu a Bruce Lee que a atriz entrará para a história do cinema de ação, dando bordoadas e matando, seja mulheres, marmanjos ou quem mais se colocar em seu caminho. – por Marcelo Müller

 

Charlize Theron, em Aeon Flux (2005)
A ex-modelo sul-africana já havia demonstrado talento para cenas de ação ao ser a “parceira do mocinho” em filmes como Jogo Duro (2000) e Uma Saída de Mestre (2003). Com um Oscar na mão por sua assombrosa performance em Monster: Desejo Assassino (2003), não demorou muito para que a bela loira ganhasse um filme do gênero em que seu nome fosse o primeiro dos créditos. Aeon Flux pode ter inúmeros problemas, do roteiro bobo e confuso a escolhas equivocadas de direção de arte e figurino, mas mesmo os fãs do seriado da MTV em que o filme foi baseado admitem: não haveria atriz melhor que Charlize Theron para interpretar o papel-título. Linda em uma versão morena de cabelos curtos, Charlize é durona, atlética, boa de briga e parece imbatível. Não à toa na época foi eleita uma das possíveis escolhas para interpretar Diana de Themyscira, ou como é mais conhecida, a Mulher Maravilha. Uma pena que os anos se passaram e o nome da vencedora do Oscar não foi mais lembrado para o papel. Em 2014, ela faz uma pistoleira em Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola, comédia de ação de Seth MacFarlane que não se deu muito bem nas bilheterias americanas. Resta aguardar Mad Max: Estrada da Fúria, filme a ser lançado em 2015 e que retoma a franquia com a diva no papel da vilã Furiosa. – por Matheus Bonez

 

Gina Carano, em À Toda Prova (2011)
Quando Steven Soderbergh lançou À Toda Prova, um eficiente filme de ação cheio de pancadarias, a maior surpresa não foi só o fato de o diretor ter se mostrado bastante confortável em um gênero que ele ainda não havia explorado, mas também a bela atriz que ficou com o papel da protagonista. Lutadora de MMA, Gina Carano trouxe um bom peso dramático a Mallory Kane, tornando-a uma personagem forte, e suas habilidades foram muito bem aproveitadas nas caprichadas cenas de ação. Ali, Carano mostrou grande potencial para ter uma carreira bem sucedida no cinema. Só é uma pena que desde então ela não tenha conseguido participar de projetos tão bons, tendo um papel não muito interessante em Velozes e Furiosos 6 (2013), além de ter protagonizado o fraco Sangue na Veia (2014), onde até mostrou uma atuação segura, mas sua personagem e o filme como um todo são problemáticos. Esperemos que ela não se dedique apenas a produções como estas, já que seria um grande desperdício de talento. – por Thomás Boeira

 

Jennifer Lawrence, em Jogos Vorazes (2012) e Jogos Vorazes: Em Chamas (2013)
Ninguém nega que Jennifer Lawrence seja uma boa atriz, apesar de quase todos concordarem que seu Oscar por O Lado Bom da Vida (2012) tenha sido desmerecido – poxa, Riva estava li do ladinho! – e em Jogos Vorazes (2012), como Katniss, ela demonstra o motivo. Diferente de outros personagens seus, ainda que se assemelhe em força àquela que viveu em Inverno da Alma (2010), a protagonista aqui se mostra austera, introspectiva e extremamente reservada. Capaz de aprender com seus erros e de evoluir assim, como demonstra a continuação Em Chamas (2013), Katniss sobrevive em mundo hostil, e não só do ponto de vista da violência física, como também daquele que contempla uma esfera política e midiática. Apesar de não fazer parte de seus traços, a garota tem de usar de sua dissimulação e joguetes para conseguir lutar por aqueles que ama. Não basta apenas a coragem na arena. Construindo assim uma heroína forte, mas nunca menos humana por isso, Lawrewnce e sua Katniss são com certeza um marco, ainda mais quando se pensa no simples fato de tratar-se de uma mulher que protagoniza uma trama intrincada de ação e política, dois ramos fortemente dominados por homens. Sem contar sua participação como Mística nos dois últimos filmes da saga X-Men (2011 e 2014). – por Yuri Correa

 

Scarlet Johansson, em Lucy (2014)
A chegada de Lucy aos cinemas, nova produção comandada pelo francês Luc Besson, atesta o novo momento da carreira da beldade Scarlett Johansson. Antes musa indie, com filmes como Ghost World (2001) e Encontros e Desencontros (2003), a atriz começou a apostar em fitas de ação logo que surgiram as oportunidades. Brincou um pouco no gênero em A Ilha (2005), correria pseudocientífica de Michael Bay, e no tenebroso The Spirit (2008), de Frank Miller, mas entrou mesmo na ação ao roubar a cena em Homem de Ferro 2 (2010). Naquele filme comandado por Jon Favreau, a atriz convencia no papel de uma agente russa bastante maleável e letal, chamando a atenção em cenas mirabolantes. Aquilo era apenas o prefácio de dois grandes momentos da sua Viúva Negra em Os Vingadores (2012) e Capitão América 2: O Soldado Invernal (2014), filmes que exigiriam muito mais de sua jovem intérprete. Agora, em Lucy, Johansson mergulha de vez no gênero ação desenfreada vivendo uma mulher que, depois de ter contato com uma droga poderosa, começa a ter o poder mental expandido. Esteja preparado para ver Scarlett Johansson chutando traseiros e empunhando armas letais em uma produção que não exige 100% do cérebro para ser conferida. – por Rodrigo de Oliveira

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