Temperatura Máxima :: Apesar dos números e prêmios, o grande debate sobre Titanic, filme desse domingo (28/12), é: Rose poderia ou não ter salvo Jack?

Um sucesso do tamanho do maior navio do mundo – ao menos até o momento em que foi construído, no início do século XX: Titanic (1997), de James Cameron, é a atração desse domingo, 28 de dezembro, na Temperatura Máxima (Rede Globo, 14h20min). Grande vencedor do Oscar, com onze estatuetas, inclusive de Melhor Filme, é também um dos títulos de maior bilheteria da história, tendo faturado mais de US$ 2,2 bilhões ao redor do mundo.

Mesmo assim, com fãs de todas as idades, Titanic segue deixando milhares de cinéfilos e admiradores intrigados com o seu desfecho. Afinal, havia ou não espaço naquela tábua de salvação para os dois protagonistas? Diversas teorias surgiram ao longo dos anos, matemáticos já se dedicaram a elucidar essa questão e outros elementos também foram levados em conta. Mas o que o próprio James Cameron tem a dizer a respeito? Anos atrás nós aqui do Papo de Cinema publicamos uma matéria a respeito, que agora vamos aproveitar para esse resgate.

TITANIC :: FALA, JAMES CAMERON! (COM SPOILERS)

Bom, a partir desse ponto, se você ainda não assistiu a Titanic, que esteja avisado: spoilers serão dados! Estão todos bem cientes do perigo? Então, tudo bem, vamos em diante. Após a grande tragédia, com o naufrágio do navio e a morte de grande parte da tripulação, os apaixonados Jack (Leonardo DiCaprio) e Rose (Kate Winslet) estão prestes a morrer afogados quando se deparam com uma porta flutuante. Ele, então, fez seu último gesto de cavalheirismo, deixando que ela se refugie ali, enquanto ele próprio afundava nas profundezas do oceano.

Mas sempre houve uma dúvida quanto ao final de Titanic: não poderiam os dois terem sido salvos? Haveria espaço suficiente naquele pedaço de madeira flutuante para ambos de abrigarem? E como levar em conta as condições extremas que os personagens estavam enfrentando, como o frio congelante, a água por todos os lados, a ausência de socorro externo, as poucas bóias salva-vidas, o trauma dos muitos que perderam suas vidas, o acidente pelo qual passaram? Como lidar com tudo isso e, ao mesmo tempo, ainda calcular friamente as possibilidades dos amantes sobreviverem juntos?

Há quem afirme que ela foi egoísta. Há quem diga que o sacrifício dele foi em nome do amor. Mas o que James Cameron tem a dizer a respeito do desfecho de Titanic? “Ok, vamos deixar isso claro. Você é Jack, está dentro da água em temperatura negativa, seu cérebro começa a sofrer com hipotermia. Há quem peça para você tirar seu colete salva-vidas, tire o dela também, e mergulhe abaixo dessa coisa em temperatura negativa e isso leva de 5 a 10 minutos. Quando voltar, você já morreu. Então não funcionaria. A melhor escolha dele seria a de manter a parte de cima de seu corpo em cima da água e torcer para ser puxado por um barco ou outra coisa antes de morrer”, declarou, de uma vez por todas, James Cameron.

James Cameron é partidário da ideia de que a porta não aguentaria o peso dos dois. E você, o que acha? E mais do que isso: faz alguma diferença? O charme dessa produção milionária segue imbatível, como um dos filmes mais adoráveis e assistidos de todos os tempos. E os números não mentem, certo?

QUADRO DE NOTAS :: TITANIC

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Robledo Milani

é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.

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