Quando foi proposto pela primeira vez por iniciativa da quadrinista Alison Bechdel, o Teste Bechdel provocou furor na indústria audiovisual. Indignada com a subrepresentação feminina nos cinemas, a criadora promoveu uma avaliação simples para descobrir se uma obra cumpriria com os critérios mínimos de representatividade.

Para passar no teste, um filme precisa trazer pelo menos duas personagens femininas com nomes; elas precisam conversar entre si durante pelo menos uma cena, e o tema da conversa não podem ser os homens (caso em que se encontram diversas heroínas de comédias românticas, por exemplo). Apesar dos critérios generosos, uma minoria de filmes é aprovada, tanto de Hollywood quanto do circuito independente, sinal da fraca quantidade e qualidade de personagens femininas no cinema.

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Georgina Castro em Trago Comigo

 

O Spcine Play, principal serviço de streaming gratuito, e um dos maiores voltados à produção autoral brasileira e internacional, decidiu aplicar o teste em seu catálogo. 32 filmes, entre as 98 obras de ficção analisadas, foram aprovados, ou seja, aproximadamente um terço das obras disponíveis.

Entre os filmes que cumprem os critérios de Bechdel, encontram-se os brasileiros Trago Comigo (2013), de Tata Amaral, Vera (1986), de Sérgio Toledo, Quase Dois Irmãos (2004), de Lúcia Murat, e Sem Essa Aranha (1970), de Rogério Sganzerla. Você descobre a integralidade de títulos analisados no site oficial do Spcine Play.

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Crítico de cinema desde 2004, membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema). Mestre em teoria de cinema pela Universidade Sorbonne Nouvelle - Paris III. Passagem por veículos como AdoroCinema, Le Monde Diplomatique Brasil e Rua - Revista Universitária do Audiovisual. Professor de cursos sobre o audiovisual e autor de artigos sobre o cinema. Editor do Papo de Cinema.
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