Southland Tales :: Richard Kelly quer Dwayne Johnson na sequência

Depois de ser elevado à categoria de “futuro gênio de Hollywood” por causa de Donnie Darko (2001), o cineasta Richard Kelly experimentou o que para muitos é um trampolim para ascender ainda mais e para outros se torna uma grande armadilha: carta branca para fazer o que bem entender. E aí ele fez Southland Tales: O Fim do Mundo (2016), uma sátira pós-apocalíptica que se tornou um verdadeiro fiasco financeiro, adiante caindo nas graças de nichos específicos de espectadores que tentam o manter naquela categoria de filme incompreendido no seu lançamento que passa a ser cultuado. Pois bem, a despeito do fracasso nas bilheterias, Richard Kelly está trabalhando de vento em popa na ideia de uma continuação. Sinal dos tempos em que o streaming (ou o vulto que ele causa) mudou as relações de causa e efeito na indústria de Hollywood? Pode ser.

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Numa recente entrevista à revista norte-americana Entertainment Weekly por conta da restauração do filme em 2K (alta definição), Richard Kelly falou de sua ambição de fazer uma sequência e de contar com Dwayne Johnson novamente, embora tenha ciência de que em 2005 o ator tinha uma estatura simbólica em Hollywood e agora tem outra completamente diferente: “Sim, sei disso (que agora o ator é um astro). Essa é outra discussão que não consigo abordar completamente. Mas, adoraria mais do que tudo trabalhar com Dwayne novamente neste projeto e com todos os atores. Há uma maneira de viabilizar isso? Espero que sim. (…) Trabalhei um pouco no novo material de ‘Southland Tales’ e estamos ralando para tentar descobrir como poderíamos fazer. Nunca vou desistir disso. Vou continuar insistindo pelo resto da minha vida ou até que todos fiquem velhos. Acredito no projeto e sinto que há uma chance de realmente fazermos algo muito mais empolgante com ele, dadas as plataformas de streaming e as possibilidades de contar histórias longas que existem agora, onde as pessoas podem ter uma tela maior. Veremos o que acontece”.

O homem parece mesmo determinado.

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Marcelo Müller

Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

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