O público que se fez presente na noite desta terça-feira, 27, no Cine Theatro Brasil Vallourec (Av. Amazonas, 315 – Centro), em Belo Horizonte, conferiu mais do que apenas cinema na abertura dos trabalhos da CineBH: Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte 2023. Em cerimônia especial, entrecortada por performances artísticas do ator David Maurity e do cantor Renato Luciano, o tema do evento, Territórios da Latinidade, foi carimbado de forma empoderadora, em texto lido por Raquel Hallak (responsáveis pelo desenvolvimento da 17ª edição), escrito pela curadoria (Cleber Eduardo, Ester Fer e Leonardo Amaral). Um dos trechos desse esclarecimento amparou a ideia de que a América Latina “possui uma temperatura incendiária” e que somente obras que dessem conta de idioma, geografia, folclore e, principalmente, resistência, poderiam traduzir a realidade latino-americana.
LEIA MAIS
– CineBH 2023 :: Começa a 17ª edição do festival mineiro
Em exibições marcadas para os próximos cinco dias, a temática central se encaixará, sobretudo, na Mostra Território – primeira seção competiviva dos quase 20 anos de evento – que conta com oito filmes oriundos de diversos países latinos, metade dirigido por mulheres. A inaguração da mostra foi comemorada e aplaudida pelo público.
Em meio aos festejos, também sobrou espaço para homenagens. No palco, o cineasta Rafael Conde e a atriz Yara de Novaes, ambos mineiros, foram condecorados por suas contribuições à sétima arte do estado. Realizador desde a virada dos anos 2000, Conde comandou diversos filmes. Entre os mais destacados, estão Samba Canção (2002) e Fronteira (2008). Yara, por sua vez, atua desde os anos 1980, e estreou nas telonas justamente no citado filme de 2002. Nas últimas temporadas, se destacou nacionalmente ao interpretar Silvia, na comédia dramática Depois a Louca Sou Eu (2019), e Margareth, na série Todas as Mulheres do Mundo (2020).
A noite foi encerrada com a exibição da cinebiografia Zé (2023), dirigida pelo homenageado, Conde. A obra, estrelada por Caio Horowicz e que resgata a história real de José Carlos da Mata Machado (1946-1973), universitário brasileiro perseguido e morto pelos militares durante o regime ditatorial de 1964, causou discussões eufóricas antes mesmo da projeção, em função do teor político da trama. Horowicz, inclusive, chegou a ser contestado por manifestações de alguns conservadores presentes. Entretanto, negacionismos foram abafados pelo restante do público.
Vale lembrar que a 17ª Mostra CineBH segue até domingo, 01 de outubro. A Mostra Competitiva, Território, começa na noite desta quarta, 27, com a projeção de Guapo’y (2022), coprodução Argentina/Paraguai/Catar, às 19:00, e Otro Sol (2023), coprodução Chile/França/Bélgica, às 21:00. O Cine Humberto Mauro (Av. Afonso Pena, 1537 – Centro) será o palco de ambas.
Ah! E não esqueça, o Papo de Cinema está presente nessa festa. Então fique ligado aqui no site e também em nossas redes sociais para conferir notícias, críticas e registros da movimentação do evento em Belo Horizonte.
Últimos artigos deVictor Hugo Furtado (Ver Tudo)
- A Última Sessão - 13 de dezembro de 2024
- Privadas de Suas Vidas :: Terror nacional começa a ser gravado em São Paulo - 13 de dezembro de 2024
- Critics Choice Awards 2025 :: Ainda Estou Aqui é indicado a Melhor Filme em Língua Estrangeira - 12 de dezembro de 2024
Deixe um comentário