Carol Castro é uma das convidadas de honra do 2º Bonito CineSur – Festival de Cinema Sul-americano. Salvo engano, trata-se da única intérprete presente em dois filmes selecionados para as mostras paralelas do evento. Em Ainda Somos os Mesmos (2023) ela interpreta Clara, mulher exilada na embaixada argentina do Chile durante um dos golpes militares mais sangrentos da América Latina. Em Passagrana (2024) o desafio é bem diferente: interpretar a si mesma. Ela vive a atriz Carol Castro que decide fazer o teste para um filme de assalto a banco – sem saber que, na verdade, a operação não era cinematográfica, mas sim um roubo de verdade. Ambos os longas-metragens foram exibidos no Cine Bonito, espaço especialmente montado ao ar livre para contemplar a população de Bonito e região com pré-estreias acessíveis e gratuitas. Carol conversou brevemente com a equipe do Papo de Cinema um pouco antes da exibição de Passagrana, no penúltimo dia de atividades do Bonito CineSur. O resultado desta conversa você confere logo abaixo.
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BONITO COM DOIS FILMES
“Me sinto privilegiada, de verdade. Estou muito feliz. Sempre quis conhecer a cidade de Bonito. Fiquei alegre de estar com dois filmes na segunda edição desse festival de cinema que, espero, tenha uma vida longa. Por mais programações como essa, que movimentem as cidades e tragam cinema para pessoas que não têm acesso a ele. Isso é lindo demais (…) por mais festivais como esse pelo Brasil”.
AINDA SOMOS OS MESMOS
“Tenho um carinho muito especial por esse projeto. Me envolvi tanto com a história que acabei virando produtora associada. É uma história verídica que o melhor amigo do Paulo Nascimento contou para ele. Aliás, esse homem acabou falecendo por conta da COVID-19. É um trabalho independente, filmamos em lugares de Porto Alegre que posteriormente fora destruídos pelas enchentes. E na época da gravação o momento político era muito conturbado, inclusive o ex-presidente (nota da redação: Jair Bolsonaro) estava na cidade naquele momento. Lembro de nos sentirmos muito tensos, quase nos escondendo. Como se fazer arte fosse proibido, errado, feio. E estávamos apenas contando uma história que aconteceu durante a Ditadura Militar. Foi um trabalho feito com pouquíssimo recurso, mas muito amor. Quando soube da história da minha personagem, a Clara, que, aliás, era bem mais pesada do que mostramos, quis participar. Aliás, poderíamos fazer um filme inteiro somente sobre a Clara”.
PASSAGRANA
“Estou bem curiosa para assistir ao filme. Filmei no início de 2023. Estou curiosa para saber como me saí interpretando eu mesma (risos). Foi super divertido, uma grande brincadeira, também um aprendizado, até porque eu estava ali com a dona Irene Ravache interpretando uma bandida. Olha que luxo. Ela se divertia fazendo uma coisa completamente diferente. Foi impagável conviver com ela. Quando o Ravel me chamou para fazer o filme, fiquei muito feliz. Nos conhecemos atuando juntos e, então, pude conhecer outro lado do meu amigo (…)
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