20220103 betty white papo de cinema

Duas semanas antes de completar o seu centenário, a atriz e comediante norte-americana Betty White morreu aos 99 anos, na manhã da última sexta-feira de 2021, 31. A causa da morte não foi divulgada, mas a sua assessoria fez questão de dizer que ela não sofria de qualquer doença e que foi muito cuidadosa durante a pandemia da Covid-19, do que podemos deduzir uma morte por causas naturais. Uma verdadeira lenda da televisão norte-americana, ela devotou 80 anos de sua vida à arte e foi agraciada com cinco Emmys – o Oscar da televisão dos Estados Unidos. Depois de fazer sucesso no rádio, Betty migrou para a televisão, meio no qual se tornou uma das pioneiras. Por exemplo, em 1949 ela assumiu o comando do programa de variedades Hollywood on Television ao lado de Al Jarvis. Para os fãs brasileiros talvez fique mais fácil reconhece-la se falarmos dos seus dois papeis mais famosos, a protagonista Rose Nylund de Supergatas (1985-1992) e a Bea Sigurdson de That ’70s Show (1998-2006).

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Curiosamente, a menina Betty Marion White Ludden – sim, seu nome de batismo era mesmo Betty – apenas foi parar no mundo das artes porque não pode realizar seu sonho de se tornar guarda florestal, profissão vedada às mulheres nos anos iniciais do século passado. Ao longo das oito décadas de sua carreira, ela recebeu várias indicações a prêmios importantes, tais como o Globo de Ouro, foi agraciada com láureas honorárias, além da recorrência no Emmy, incluindo suas duas indicações por The Mary Tyler Moore Show (1970-1977), sitcom que também fez bastante sucesso no Brasil. Betty White não teve o mesmo destaque nos cinemas (afinal estava sempre fazendo sucesso na TV). Os mais jovens talvez a reconheçam como a avó do personagem de Ryan Reynolds em A Proposta (2009). Reynolds utilizou o Twitter para se despedir da colega de cena: “O mundo parece diferente. Ela era ótima em desafiar as expectativas. Ela conseguiu envelhecer muito e, de alguma forma, não o suficiente. Sentiremos sua falta, Betty. Agora você sabe o segredo”.

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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.
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