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27 nov

O domingo, 27, começou cedo na programação do 33º Cine Ceará com os debates referentes ao longa-metragem exibido na noite de abertura, seguido da entrevista coletiva com o homenageado George Moura. À tarde, o grande destaque foi a continuidade da Mostra Olhar do Ceará no Centro Cultural Dragão do Mar, um dos endereços mais tradicionais da cidade de Fortaleza no que diz respeito à ocupação e celebração cultural. Parte da imprensa, incluindo este que voz escreve, aproveitou um dos raros momentos livres na cobertura de um evento para incursionar pela Pinacoteca de Fortaleza, passeio organizado pela assessoria da programação. Tudo isso num bate-volta preparatório às atividades mais aguardadas do dia, que aconteceu no Cineteatro São Luiz a partir das 18h.

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A largada da mostra competitiva de curtas-metragens aconteceu com a exibição de Circuito (2023), de Alan Sousa e Leão Neto, filme sobre sororidade inspirado livremente no assassinato de um parente do cineasta Alan Sousa. Nele, uma escrivã de polícia se compadece do sofrimento de uma mãe solo que teve o marido assassinado. Em seguida foi a vez da sessão mais catártica do evento até o momento, a exibição de Memórias da Chuva (2023), longa-metragem dirigido por Wolney Oliveira e que conta a história da cidade cearense de Jaguaribara, submersa por conta da construção de um reservatório de água. A sala do Cineteatro São Luiz contava com um número expressivo de moradores de Jaguaribara que aplaudiam o filme em cena aberta nas falas mais fortes e quando surgia alguém muito querido da comunidade.

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A segunda noite do 33º Cine Ceará foi encerrada com a exibição de Alemanha (2023), coming of age que conta a história de uma jovem argentina que deseja fazer intercâmbio na Europa enquanto sua família é duramente atingida por problemas de ordem psiquiátrica e também pela crise econômica da Argentina nos anos 1990. Na saída, a Praça do Ferreira, que fica em frente à sala de cinema, estava animada, dando a dimensão do clima que impera na cidade durante os dias em que acontece o Cine Ceará.

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Marcelo Müller

Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

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