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Emmet é um Lego comum, até o dia em que é confundido com o Master Builder, o grande criador deste mundo de brinquedo. Cabe a ele a tarefa de derrotar um perigoso vilão que pretende colar todas as peças. Mas sem poderes de verdade, ele precisará da ajuda de alguns heróis de verdade, como Batman e o Super-Homem.

Crítica

Há 80 anos os brinquedos Lego começaram a fazer a alegria das crianças (e adultos) do mundo todo. Na verdade, as peças de encaixar e seus bonecos começaram a virar febre mesmo nos anos 1960 e, aqui no Brasil, nos anos 1980. Estava demorando para surgir um longa-metragem da marca nos cinemas. E eis que a estreia nas telonas não poderia ser mais positiva do que com Uma Aventura Lego.

A história não poderia começar melhor: Emmet (Chris Pratt) é mais um funcionário de uma construtora que detém praticamente os direitos de tudo que se passa no mundo de Lego, da única música existente aos programas de televisão. Praticamente um 1984 de George Orwell numa versão light. Emmet é aquele colega ignorado por todos, por mais que tente agradar, e vive sozinho. Isto até encontrar a famosa "peça de resistência" (a tampa de uma cola) que pode destituir o poder do Sr. Negócios (Will Ferell), o responsável por todo este mundo. Isto faz com que o protagonista seja confundido com o Grande Empreiteiro, aquele que vai salvar todos.

Para cumprir sua missão, Emmet se junta a personagens carismáticos como, entre outros, a rebelde MegaEstilo (Elizabeth Banks), a bipolar UniGata (Alison Brie), Batman (Will Arnett) e Vitrúvio (Morgan Freeman) - aliás, mais apropriado, impossível, já que o nome do "mestre" dos rebeldes faz alusão direta ao arquiteto romano homônimo, autor da obra De Architectura, referência na área. Porém, no que se refere às caracterizações, uma das maiores sacadas do roteiro de Uma Aventura Lego é a introdução do Policial Mau / Policial Bom, personagem dublado no original por Liam Neesson e um dos mais engraçados (e complexos, se podemos assim afirmar) da trama, já que a todo momento não sabemos se ele vai ajudar ou atrapalhar os planos dos rebeldes e do próprio Sr. Negócios devido à sua dupla personalidade.

Para divertir ainda mais os pequenos e, principalmente, os adultos que vão entender as referências, não faltam participações especiais de outros personagens clássicos que já foram temas em jogos de videogames e até animações lançadas direta em home vídeo, como Dumbledore (da saga Harry Potter), Superman, Mulher-Maravilha, Han Solo e Chewbacca (nem preciso dizer que, estes dois últimos, da saga Star Wars). Um plus em um filme já recheado de méritos.

A direção de Phil Lord e Christopher Miller (responsáveis também por Anjos da Lei, 2012, e por outra animação, Tá Chovendo Hambúrguer, 2009) brinca muito com a própria concepção do Lego. Cenários e personagens são montados e desmontados ao longo do filme, assim como o trabalho de som evoca os pequenos brincando com as peças: ao invés de trilhas para mostrar um barco afundando, por exemplo, o recurso utilizado é a onomatopéia na voz de uma criança.

Ainda estamos no início de 2014 e outras animações estão por vir ao longo do ano. Porém, com sua inteligência, bom humor e qualidade visual impressionante, Uma Aventura Lego já se destaca como uma das produções mais divertidas deste ano. O terceiro ato do filme até pode decair um pouco por mostrar aquilo que parece óbvio ao espectador, mas não dá para esquecer que se trata de uma animação voltada ao público infanto-juvenil que pode precisar da "moral da história" para entender um pouco mais do que está implícito na tela. Nada que atrapalhe a diversão. Pelo contrário. Ao fim da sessão, a vontade é de ir na loja de brinquedos mais próxima e levar uma coleção de Lego pra casa - e lembrar da infância, é claro.

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é crítico de cinema, apresentador do Espaço Público Cinema exibido nas TVAL-RS e TVE e membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista e especialista em Cinema Expandido pela PUCRS.
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