Sinopse
Dexter e Emma se conhecem na noite de suas formaturas, em 1988, e decidem dali para adiante se encontrar anualmente na mesma data para cultivar a amizade. Eles desenvolvem uma ligação que não conseguem explicar.
Crítica
Emma e Dexter nasceram um para o outro. Só que não sabem disso. Ou ao menos ainda não se deram conta. E de 1988 até 2006 – ou seja, por quase 20 anos – iremos acompanhar um dia por ano em suas vidas. Serão 18 vezes o 15 de julho. O primeiro, é quando os dois se conhecem. O último... bom, fica um pouco óbvio demais, não? Mas a despeito dessa previsibilidade, chega a ser levemente envolvente perceber as mudanças entre o casal ano a ano. E assim é construído esse Um Dia, um filme que até tenta fugir do clichê estereotipado das comédias românticas, mas que não se sustenta por muito tempo. O que vale mesmo são as performances dos protagonistas Jim Sturgess e Anne Hathaway, ambos em ótima forma.
Baseado num romance campeão de vendas, Um Dia acabou desapontando ao chegar aos cinemas americanos. Com um orçamento de US$ 15 milhões – considerado baixo para os padrões hollywoodianos – faturou menos do que isso no mercado doméstico, se recuperando apenas com a soma da bilheteria exterior. Isso motivou o atraso do lançamento do filme aqui no Brasil, onde irá estrear com mais de dois meses de diferença. Não que os brasileiros estejam perdendo muita coisa, entretanto. Este é um filme exatamente igual a tantos outros, e mesmo os talentos envolvidos já estiveram em melhor forma antes. Independente disso, é daquelas produções inofensivas e com público cativo, que não fazem mal a ninguém e que deverá entreter espectadores(as) sonhadores(as) em busca do príncipe encantado. Afinal, ele ou ela podem estar muito mais perto do que se imagina.
Dexter (Sturgess) conhece Emma (Hathaway) no dia da formatura de ambos. Ela já o cuidava há tempos, mas sempre à distância. Agora, após se aproximarem, terminam a noite na mesma cama – mas qualquer tentativa de sexo acaba frustrada. Seria, portanto, o surgimento de uma amizade? Para ele, sim. Para ela, talvez. Afinal, a esperança é a última que morre. Ou não? A partir desse momento vamos acompanhando as mudanças de cada um – as viagens ao exterior, as buscas profissionais frustradas, as desilusões amorosas, os problemas familiares, as conquistas, os desejos. Ele se casa com outra, ela se casa com outro. Ele vira um ícone televisivo. Ela lança um livro de sucesso. Ambos se afastam, mas continuam sentindo falta um do outro. Ele é traído, ela abandona o marido – porém em anos diferentes. E muito irá acontecer até finalmente perceberam o que é evidente: os dois são realmente felizes quando juntos. E para isso basta acreditarem neles mesmos e tomarem a decisão que falta.
Assim como no recente Amor e Outras Drogas (2010), Hathaway novamente faz a mocinha sofrida com final infeliz. Ela parece estar se especializando nisso. O bom é lembrarmos que a atriz possui no currículo obras de destaque como O Diabo Veste Prada (2006), Alice no País das Maravilhas (2010) e O Casamento de Rachel (2008), pelo qual concorreu ao Oscar. E como no ano que vem a veremos como a Mulher Gato de Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2012), podemos nos tranquilizar. Já Sturgess fez melhor no romântico musical dos Beatles Across the Universe (2007) e no épico Caminho para Liberdade (2010), mas ainda tem muito o que provar. Por fim, a diretora Lone Scherfig conseguiu a proeza de angariar uma indicação ao Oscar de Melhor Filme com seu trabalho anterior, o simpático Educação (2009). Nenhum dos três, no entanto, chega perto destes feitos com esse Um Dia, um longa inofensivo e absolutamente esquecível. Quem sabe numa próxima vez?
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 5 |
Alysson Oliveira | 3 |
Ailton Monteiro | 6 |
Chico Fireman | 4 |
Marcio Sallem | 6 |
Edu Fernandes | 5 |
MÉDIA | 4.8 |
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