U2 3D

LIVRE 85 minutos
Direção:
Título original: U2 3D
Ano:
País de origem: EUA

Crítica

Leitores

Sinopse

Um show da banda irlandesa mais famosa do mundo na América do Sul, na turnê Vertigo.

Crítica

Se no cinema assistimos a ficções e a documentários, a dramas e a comédias, a produções nacionais e estrangeiras, por que nunca antes foi possível conferir na tela grande um bom show de rock, como vemos em tantos DVDs? Bem, agora não existe mais este problema, porque já está em cartaz U2 3D, um incrível espetáculo que ainda vem com um extra: sua visualização em terceira dimensão! Mas não se engane: é apenas isso, um show no cinema, e em 3D. Não é como Shine a Light, o pseudo-documentário que Martin Scorsese dirigiu sobre a última turnê dos Rolling Stones, e mais distante ainda de um Na Cama com Madonna, sobre os bastidores de uma série de apresentações da diva pop. Não, U2 3D é somente daquela energia do palco, potencializada por um visual incrível, e nada mais.

Filmado durante a última turnê da banda, em 2005-06, U2 3D apresenta o show Vertigo”, e teve locações durante as apresentações da Argentina, Chile, México, Austrália e Brasil. O áudio, no entanto, é em sua maioria das performances de Buenos Aires e de São Paulo, algo perceptível pelas diversas manifestações em espanhol – e algumas poucas em português – do vocalista Bono. Ele, inclusive, é o mais à vontade em cena, agindo de forma bastante natural diante às gigantescas câmeras necessárias para captar cada gesto seu e transformá-lo na incrível sensação que temos diante os efeitos em terceira dimensão perceptíveis na tela. E o que acontece é que nos sentimos como se estivéssemos lá, na primeira fila, recebendo respingos da cerveja do colega ao lado e quase tocando a mão dos músicos quando se aproximam. E algo realmente único.

U2 3D chega às telas através de uma nova tecnologia do cinema em terceira dimensão, algo bastante distante – e muito mais tecnológico – daqueles antigos óculos de papelão a que chegamos a nos acostumar nas poucas aventuras anteriores que tivemos no gênero. E talvez esta inovação represente realmente o futuro do cinema, pois enfim estamos diante de algo que é impossível – ao menos por enquanto – de ser reproduzido em casa. É mais do que um som potente, ou uma imagem perfeita: é um conjunto de experiências sensoriais que culminam neste efeito único, de simplesmente no colocar dentro da imagem e do som. É alucinante!

O set escolhido para U2 3D é também perfeito para deixar qualquer fã contente: temos de “One” à “Beautiful Day”, de “With or Without You” à “Miss Sarajevo”, de “New Year’s Day” à “Love and Peace”, de “Pride (In The Name of Love)” à “The Fly” (o melhor momento do filme). Além das performances dos músicos, o longa ganha com a direção de Catherine Owens e Mark Pellington (diretor de O Suspeito da Rua Arlington, de 1999, e de videoclipes de bandas como INXS, Pearl Jam e Bon Jovi). Os dois combinam numa elaborada edição efeitos gráficos muito interessantes, que contribuem na emoção do espectador, que ganha ainda mais créditos. Mesmo aqueles que conferiram ao vivo terão um novo olhar. E não dá para querer mais do que isso!

Robledo Milani

é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *