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Sinopse

Alguns anos após o grande confronto entre Autobots e Decepticons em Chicago, os gigantescos robôs alienígenas desapareceram. Eles são atualmente caçados pelos humanos, que não desejam passar por apuros novamente. Quando Cade encontra um caminhão abandonado, ele jamais poderia imaginar que o veículo é na verdade Optimus Prime, o líder dos Autobots. Muito menos que, ao ajudar a trazê-lo de volta à vida, Cade e sua filha Tessa entrariam na mira das autoridades americanas.

Crítica

O nome Michael Bay é de dar medo. Muito medo. É difícil encontrar algo que se salve na sua carreira, sejam os pretensiosos Armageddon (1998) ou Pearl Harbor (2001) ou os três primeiros filmes da franquia Transformers. A superficialidade dos roteiros é irritante, os efeitos são megalomaníacos acima do ponto, as atuações infantis. Nem um filme divertido como Sem Dor, Sem Ganho (2013) salva o currículo do diretor. Talvez por este último ter dado (relativamente) certo em termos de crítica, Bay chamou Mark Wahlberg para trabalhar novamente, desta vez em Transformers: A Era da Extinção.

Não que a presença do astro seja de grande ajuda, pois mais que o ex-modelo de cuecas seja um bom ator e se esforce ao máximo para dar profundidade ao seu personagem, Cade Yeager, inventor que encontra um caminhão que, na verdade, é Optimus Prime. Obviamente, a CIA descobre tudo e vai à sua caça sob as ordens de Harold Attinger (Kelsey Grammer), cientista que usa “sucatas” de transformers destruídos para criar robôs controlados. Ao seu lado, está outro robô chamado Lockdown, um caçador de prêmios. Ah, não bastasse o clichê, também há a subtrama (mais chatinha ainda) de Cade tentando controlar sua filha adolescente, que namora um (óbvio) piloto de carros.

Transformers: A Era da Extinção consegue ser superior a Transformers: O Lado Oculto da Lua (2011), o terceiro filme da franquia (e pior de todos), por contar com um elenco mais disposto e sem frescuras. Ainda assim, no entanto, é raso demais, com uma história em que bem e mal são preto no branco, sem nenhum tom de cinza. É maniqueísta, pretensioso e só se salva pelas cenas de ação. Mas mesmo elas conseguem se tornar cansativas. Afinal, são mais de duas horas e meia de bobagens atiradas a esmo. Se os robôs são o melhor do filme por sua empatia, o restante gera um saldo devedor que é capaz do espectador mais ávido por um roteiro que não brinque com sua inteligência questionar o valor do ingresso.

Quer dizer, o público comprou a ideia, ao menos nos Estados Unidos, onde o filme teve a maior abertura de 2014 com 100 milhões de dólares arrecadados no primeiro fim de semana, prometendo ser um dos maiores sucessos do ano. Não que isso diga muito de sua qualidade. Lá pelas tantas a vontade é de fingir ser um transformer, só que ao contrário: de robô que tenta assistir sem emoção a um filme sem conteúdo, transmutar para um caminhão desgovernado que ultrapasse a tela em direção à saída. O único destino possível após tanta besteira.

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é crítico de cinema, apresentador do Espaço Público Cinema exibido nas TVAL-RS e TVE e membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista e especialista em Cinema Expandido pela PUCRS.
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