Crítica
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Crítica
É um fato: a Pixar parece não saber como se faz um filme ruim. E o novo Toy Story 3 é uma prova desta evidência. Após o incrível Wall-E (2008) e o genial Up: Altas Aventuras (2009) - ambos vencedores do Oscar de Melhor Animação, o último inclusive indicado a Melhor Filme do Ano - a divisão dos Estúdios Disney para animações digitais volta às telas com um dos seus melhores trabalhos, uma produção ousada, original, muito comovente e bastante movimentada, que consegue nos tocar em diversos níveis de emoção. Tudo bem, é desenho animado, e com certeza as crianças irão se divertir horrores. Mas esse é, principalmente, um filme pra gente grande, com tudo a que temos direito. Simplesmente excepcional.
O primeiro longa-metragem da Pixar, quando ainda era associada à Steve – Apple – Jobs, foi justamente Toy Story (1995). Quinze anos depois e um Toy Story 2 (1999) no caminho – e segundo episódio foi levado às telas como a primeira continuação de um desenho animado à ser exibida nos cinemas – eles continuam rompendo barreiras. Se antes era o fato de inovar na animação digital, agora é o fato deste ser o primeiro filme animado da produtora feito inteiramente em sistema 3D – Bolt: Supercão (2008) e Up foram feitos de modo tradicional e adaptados posteriormente. Não que isso faça muita diferença – quem for conferir o novo trabalho no antigo formato 2D não irá se decepcionar, e os que compararem as duas versões (é certo que o verei mais de uma vez!) não encontrarão muitas diferenças. O 3D aqui empregado é muito mais orgânico, no sentido de criar ambientes e cenários com maior profundidade e verossímeis, mas sem o uso exagerado de efeitos que ‘explodem’ na cara do espectador.
A trama de Toy Story 3 também se passa uma década e meia após a primeira aventura dos bonecos Woody (voz de Tom Hanks) e Buzz (voz de Tim Allen). Agora o dono deles, Andy, não é mais um menino, e sim um adolescente prestes a deixar a casa da família e ir para a faculdade. E o que acontecerá com os antigos brinquedos dele? Irão para o sótão, serão vendidos numa feira de garagem ou, pior ainda, simplesmente jogados fora? Dentre tantas possibilidades terríveis, nada poderia ser pior do que acaba acontecendo: eles são doados a uma creche! Ao chegaram imaginam ter encontrado a solução dos seus problemas – afinal, terão crianças sempre por perto para brincarem! Mas logo descobrem que as coisas não são tão simples assim, e que na verdade se encontram presos em um lugar comandado por um ditador em formato de ursinho de pelúcia, condenados a serem abusados e maltratados por bebês até o fim de seus dias! E, para fugir desse destino trágico, terão que se unir como nunca antes!
As referências na elaboração do roteiro são as mais variadas possíveis, e vão desde clássicos como Fugindo do Inferno (1963) até sucessos recentes, como a oscarizada saga O Senhor dos Anéis. As personalidades de cada um dos brinquedos são exploradas com grande riqueza de detalhes, e os novos personagens são tão fascinantes quanto os velhos conhecidos. Há piadas por todos os lados, muitas com duplo sentido, e os momentos de tensão e nervosismo não são evitados. É praticamente impossível não chorar copiosamente com a brilhante solução apresentada. O novato diretor Lee Unkrich deixa de lado qualquer apreensão por ser esta sua primeira experiência como realizador, mostrando ter aprendido muito enquanto esteve como assistente de produções como Procurando Nemo (2003) e Monstros S.A. (2001)! E por fim temos um novo clássico, uma obra atemporal, envolvente e que, além do fato de ser absolutamente incapaz de decepcionar, é capaz de proporcionar inesquecíveis momentos de júbilo e consagração!
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 10 |
Roberto Cunha | 10 |
Yuri Correa | 10 |
Thomas Boeira | 10 |
Edu Fernandes | 10 |
Chico Fireman | 10 |
Francisco Carbone | 10 |
MÉDIA | 10 |
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