Planeta dos Macacos: A Origem
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Rupert Wyatt
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Rise of the Planet of the Apes
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2011
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EUA
Crítica
Leitores
Sinopse
Will Rodman é um cientista que trabalha em um laboratório onde são realizadas experiências com macacos. Ele está interessado em descobrir novos medicamentos para a cura do mal de Alzheimer, já que seu pai sofre da doença. Will leva para casa algumas amostras do medicamento, aplicando-as no próprio pai, e também um filhote de macaco de uma das cobaias do laboratório. Logo o senhor se recupera e tem a memória melhorada. Já o filhote, que recebe o nome de César, demonstra ter inteligência fora do comum.
Crítica
Realizada meio que por acaso – o primeiro filme, de 1968, só foi feito por forte insistência dos produtores, contra a vontade do estúdio – a saga Planeta dos Macacos é uma das de maior sucesso da Fox. Por isso a vontade de mantê-la na ativa. Esse Planeta dos Macacos: A Origem é ao mesmo tempo um recomeço e um remake. Mas, com tantas motivações por trás, era mais ou menos previsível que nem todas seriam alcançadas satisfatoriamente. O que temos como resultado, portanto, é um longa que possui bons momentos, mas que ao mesmo tempo é dono de tantas inconsistências que fica difícil sua total apreciação.
Planeta dos Macacos: A Origem é, na realidade, uma refilmagem de A Conquista do Planeta dos Macacos (1972), o quarto filme da série original. Mas também é um recomeço. O diretor Rupert Wyatt, em sua primeira grande produção hollywoodiana, se propôs a dar um novo início à saga, mostrando do zero como os símios conseguiram se rebelar contra o ser humano e se tornar a espécie dominante do planeta. Ou quase isso, pois esse filme acaba no meio desse processo – abrindo espaço, obviamente, para novas sequências.
Ao invés de se passar no futuro, como todos os demais episódios da série, Planeta dos Macacos: A Origem tem sua ação situada nos dias de hoje. Will (James Franco) é um cientista prestes a descobrir a cura do Alzheimer – tamanha dedicação tem também interesses pessoais envolvidos: o pai dele (John Lithgow) sofre da doença. As sucessivas experiências para isso são feitas em macacos, e as coisas vão indo muito bem até que um acidente põe quase tudo a perder. Com o cancelamento do projeto, todos os animais são sacrificados, restando apenas um, ainda filhote, que é criado pelo cientista como se fosse seu próprio filho. E esse macaco, à medida que vai crescendo, desenvolve novas e surpreendentes habilidades. Um incidente com o vizinho da família faz com que ele seja retirado de casa e levado a um centro de criação de animais. Pela primeira vez entre iguais, logo percebe ser mais inteligente. Para se tornar líder e descobrir como sair da prisão é um passo, e quando vemos, dezenas de macacos estão espalhados por São Francisco, dando início a uma guerra sem precedentes.
São muitos os problemas de Planeta dos Macacos: A Origem, a começar pela escolha do elenco. Franco pode ser ótimo como um aventureiro inconseqüente (127 Horas, 2010), como o namorado gay e militante (Milk, 2008), como o amigo chapado (Segurando as Pontas, 2008) ou como o vilão rancoroso (Homem-Aranha 3, 2007), mas está longe de poder convencer como um gênio da ciência sábio e experiente. Freida Pinto é outra que está inadequada em cena, sem nenhuma função válida. E depois temos o próprio enredo, que perde muito tempo mostrando os acontecimentos que levam até a ascensão dos macacos, mas não oferece argumentos suficientes que justifiquem tudo o que irá acontecer depois. Eles podem ser mais espertos, mas pelo que vemos continuam sendo animais! E quando escapam tudo o que querem é fugir para o meio da floresta! Não acabar com civilizações ou buscar vinganças cruéis.
Mas nem tudo são problemas. Se esquecermos todos os filmes anteriores – principalmente a versão de Tim Burton, de dez anos atrás – esse Planeta dos Macacos: A Origem até que convence como uma aventura pontual, e mais nada. E há ainda o fantástico Andy Serkis, que mostra como o macaco César ter se aperfeiçoado ainda mais na técnica de interpretação através de captura de performance, melhorando o que já era ótimo em O Senhor dos Anéis e em King Kong (2005). Mas ele é um só perante uma produção que soa antiga mesmo antes do desenrolar da trama. Já vimos isso, já torcemos por esses personagens, já vivemos essas emoções. E todo o libelo político anti-militarista e pacifista se perde na poeira do tempo. Os tempos são outros, e se nem como entretenimento descompromissado funciona, o que esperar? Talvez o próximo blockbuster, e mesmo assim sem muitas pretensões.
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