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Sinopse
Emily Rose tem uma alucinação bizarra no seu quarto de alojamento. A jovem que deixou a região rural para cursar faculdade na metrópole perde a consciência e esses surtos fica cada vez mais frequentes. Isso até o exorcismo
Crítica
Baseado em um evento verídico que teria acontecido com a jovem alemã Annelise Michel nos anos 1970, O Exorcismo de Emily Rose é uma obra de suspense que tenta provocar arrepios combinados com reflexão, no melhor estilo de outras produções similares, porém realizadas três décadas antes. Ou seja, funciona bem com a garotada à procura de emoção rápida e inconseqüente, mas também deve encontrar algum retorno no público mais maduro e experiente. Mesmo que seja uma resposta pouco aprofundada.
Diferente do clássico O Exorcista (1973), este filme não vai tão a fundo nas causas deste evento tão singular – um exorcismo – preferindo focar sua atenção no episódio em si e nos seus desdobramentos. Estruturado como um drama de tribunal aliado a um terror sobrenatural (será possível?), O Exorcismo de Emily Rose começa com o padre Moore (Tom Wilkinson) sendo acusado de homicídio culposo pela morte da jovem Emily Rose (uma surpreendente Jennifer Carpenter). A procuradoria afirma que foram as crenças religiosas do clérigo que levaram a garota à morte, pois sua conduta teria sido responsável por ela interromper o uso da medicação necessária para evitar um mal que poderia ter causas naturais – ao invés de “demoníacas”.
A protagonista, no entanto, é a advogada de defesa (Laura Linney). Crédula, aceita o caso com a promessa de ser promovida na firma em que trabalha caso seja bem sucedida. Mas, à medida que o processo vai se desenvolvendo, fatos estranhos e novas revelações começam, aos poucos, a mudar sua visão dos fatos, colocando em dúvida as próprias crenças. A atuação decisiva do procurador (Campbell Scott) em confrontar cada argumento dela com provas factíveis será outro fator relevante na decisão final do julgamento.
Apesar de volta e meia apelar para alguns sustos fáceis, O Exorcismo de Emily Rose se sai bem em boa parte do tempo. Dirigido por Scott Derrickson (que tem seguido investindo no gênero, em títulos como A Entidade, 2012, e Livrai-nos do Mal, 2014, porém sem alcançar o mesmo bom resultado), o verdadeiro interesse do longa reside nos resquícios de verossimilhança apresentados. A escolha da advogada para ser o ponto de vista do espectador também é feliz, pois nos coloca numa posição de revisar o que acreditamos, os pré-conceitos pessoais e até que ponto estamos abertos para novas realidades. Pena, somente, que isso é apenas uma parte – menor – do filme, enquanto que o seu todo acaba sendo dominado pela tendência hollywoodiana de querer agradar gregos e troianos. Reflexo da bilheteria, claro – o faturamento com o público nos Estados Unidos foi quase quatro vezes superior ao seu orçamento, que ficou em torno de US$ 20 milhões – em detrimento da inteligência do espectador.
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