Crítica
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Sinopse
Homens de Preto é uma agência secreta governamental que cuida de fiscalizar os alienígenas que vivem na Terra, sendo que alguns são vigiados em tempo integral. James Edwards, um novato na organização, em parceria de K, um veterano agente, tenta impedir um terrorista intergalático, que planeja assassinar dois representantes de galáxias opostas e destruir o planeta Terra.
Crítica
Will Smith talvez seja o último remanescente das grandes estrelas de Hollywood. Nomes como Tom Cruise, Johnny Depp, Brad Pitt e Julia Roberts não são mais garantia de grandes bilheterias há um bom tempo. Mas com Smith, ao menos no final dos anos 1990, mesmo quando o filme não é lá essas coisas, o retorno do público fica além das expectativas. E um dos trabalhos que fundamentou seu estrelato foi justamente Homens de Preto, que quando chegou aos cinemas, em 1997, tinha como protagonista um ator quase desconhecido, que vinha de um sucesso mediano na televisão (The Fresh Prince of Bel-Air, 1990-1996) e apenas dois filmes de impacto: Os Bad Boys (1995), em que dividia os créditos com Martin Lawrence e atuava sob direção de Michael Bay, e Independence Day (1996), longa-catástrofe de Roland Emmerich com um grande elenco em que o que importava mesmo eram as explosões.
Homens de Preto significou várias estreias para Smith: foi sua primeira vez ao lado de um ator de gabarito (Tommy Lee Jones, que havia recém ganho o Oscar por O Fugitivo, de 1993), sua primeira vez numa adaptação de uma história em quadrinhos, a primeira vez sob o comando de Barry Sonnenfeld e a primeira vez numa produção de Steven Spielberg. Todas essas parcerias viriam a se repetir novamente – principalmente dentro da própria série, que hoje é uma trilogia – mas nenhuma com um efeito tão positivo quanto aqui. Tudo funciona desde a origem: os gibis eram populares, mas somente num nicho muito específico, o que significa que ainda não eram tão conhecidos. E sem grandes expectativas, a surpresa foi ainda maior.
Will Smith e Tommy Lee Jones aparecem como os agentes J e K, dois oficiais da organização secreta Homens de Preto, que tem como função monitorar as atividades extraterrestres na Terra. Sim, nesse universo os ETs não só existem como andam entre nós há décadas, disfarçados – ou não, e essa é uma das grandes sacadas da trama – de humanos. O filme começa com o recrutamento do agente J, escolhido a dedo por K. Então a fórmula funciona com precisão: ao mesmo tempo em que é preciso explicar o funcionamento da organização ao protagonista, o espectador vai igualmente ficando por dentro da proposta do longa. E em ambos os lados da dela o entendimento se dá de forma quase didática, porém ágil e repleta de efeitos especiais.
A trama em si é mera questão, e reforça a máxima de que estamos diante de uma comédia, e não de um thriller de ação: uma barata gigante veio do espaço em busca de uma galáxia perdida. Nessa procura envolve o fazendeiro grosseirão interpretado por Vincent D’Onofrio e a médica-legista vivida pela sempre enigmática Linda Fiorentino (Depois de Horas, 1985). Os dois, apesar de ótimos, possuem pouco o que fazer, pois o show mesmo é de Jones e de Smith, o veterano e o novato, nesta grande brincadeira. Agora, diversão mesmo é conferir os exemplos de alienígenas monitorados pelos MiB: Danny DeVito, George Lucas, Sylvester Stallone e até o próprio Spielberg. Ou seja, se até o cara que colocou dinheiro neste projeto não estava se levando a sério, a dica funciona para qualquer um, tanto na audiência como na produção. E como resultado temos um filme extremamente bem sucedido, vencedor de um Oscar (Melhor Maquiagem, cortesia do mestre Rick Baker, numa das suas sete vitórias até hoje) e que arrecadou quase US$ 600 milhões em todo o mundo. Bom brincar assim, não?
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