Crítica


6

Leitores


9 votos 7.2

Onde Assistir

Sinopse

Quando Po reencontra o pai, há muito desaparecido, os dois seguem até um vilarejo paradisíaco só de pandas, mas logo são ameaçados pela proximidade de Kai, um vilão sobrenatural que vem cruzando a China e derrotando todos os mestres em Kung Fu. Po, então, tem de treinar todos os amáveis pandas do lugar para se tornarem guerreiros e se defenderem de Kai.

Crítica

Na terceira parte da cinessérie animada estrelada por Jack Black e dirigida por Alessandro Carloni e Jennifer Yuh, temos pouco Kung Fu, mas muito Panda. Como prometido no filme anterior, conhecemos o pai de Po (Black), Li (Bryan Cranston), que mostra ao filho o refúgio de sua espécie. É um momento de mudanças para o protagonista. Depois de ter se tornado o Dragão Guerreiro e provado seu valor, chega a hora de ele lecionar a respeito do que sabe. O mestre Shifu (Dustin Hoffman) decide se aposentar e passar este prestigioso cargo para o atrapalhado panda. Mas ele dará conta? Enquanto isso, um terrível vilão se aproxima, querendo para si retaliação pelo passado. Kai (J.K. Simmons) vence Oogway (Randall Duk Kim) em combate e o aprisiona em um receptáculo espiritual. O próximo alvo é o Dragão Guerreiro e sua turma. Para salvar a todos, Po precisa aprender a usar o seu Chi (algo como a Força), uma técnica que os pandas aprimoraram desde tempos remotos. Para isso, o esfomeado mestre do kung fu passará preciosos momentos com seu pai biológico e outros de sua espécie, deixando enciumado seu pai adotivo, o prestativo ganso Mr. Ping (James Hong).

Diferente dos demais filmes da série em que as cenas de ação tinham espaço praticamente igual à comédia, em Kung Fu Panda 3 o destaque é dado para a família. Temos algumas cenas aqui e acolá de combate, mas o que realmente importa no filme são as raízes de Po e como ele lida com seu novo momento como professor. Ele, logicamente, não se sente preparado para tal tarefa. Não ajuda o fato de Tigresa (Angelina Jolie) e os demais amigos também não acreditarem tanto no potencial do panda. Para aprender o Chi e se encontrar como mestre, Po parte com seu pai para o retiro de sua espécie e passa momentos divertidos com todos. A animação gasta bastante tempo nestas sequências, principalmente mostrando o quanto Po e Li são farinha do mesmo saco.

Apesar de parecer uma ameaça a ser reconhecida, o vilão Kai tem pouco espaço dada a preferência dos roteiristas Jonathan Aibel e Glenn Berger pelo lado familiar da história. J.K. Simmons, desta forma, acaba sendo desperdiçado, se mostrando o vilão menos explorado da série. E se os cinco furiosos já ganhavam pouco o que fazer nos filmes anteriores, neste a presença deles é ainda mais diminuta. Segundo a Dreamworks, este não será o último filme da série, com mais três produções planejadas. Portanto, é possível que estes personagens sejam mais explorados no futuro. Afinal de contas, não faz sentido contar com nomes como Jackie Chan, Lucy Liu, Seth Rogen, David Cross e Angelina Jolie nos papéis se nunca o destaque devido lhes é dado.

Quem ganha merecido espaço nesta produção é o pai ganso de Po, Ping. Ameaçado pela presença do pai biológico do panda, Ping resolve acompanhar o filho em sua jornada. Sentimos por ele, dada a cumplicidade que, logo de cara, Po e Li aparentam ter. O ganso tem um dos arcos mais interessantes, buscando seu espaço na vida do filho. Li não fica atrás. Defendido por Bryan Cranston, o personagem chega para bagunçar o status quo, se mostrando um sujeito boa praça, mas que esconde um segredo que mudaria o pensamento de Po a respeito do seu recém conhecido pai verdadeiro. Estas relações conseguem prender a atenção do espectador e, se não substituem propriamente as cenas de ação, conseguem desenvolver de modo cativante cada um dos personagens.

Kung Fu Panda 3 não é o melhor filme da série, mas tem predicados que o tornam um programa divertido e merecedor da atenção dos fãs. A dublagem brasileira é boa, com Lúcio Mauro Filho substituindo Jack Black com competência e carisma. Poderia ter mais equilíbrio entre seus momentos cômicos e aventurescos, como aconteceu no superior Kung Fu Panda 2 (2011), melhor dos títulos da franquia. Como a série deve durar muito mais, existe bastante espaço para aparar as arestas no futuro.

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
avatar
é crítico de cinema, membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista, produz e apresenta o programa de cinema Moviola, transmitido pela Rádio Unisinos FM 103.3. É também editor do blog Paradoxo.
avatar

Últimos artigos deRodrigo de Oliveira (Ver Tudo)

Grade crítica

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *