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Sinopse

Do alto de seu reinado, Hyperion busca um artefato mitológico para dominar o mundo e destruir os deuses. O único que pode detê-lo é Theseus, corajoso jovem escolhido por Zeus.

Crítica

Depois do sucesso de 300 (2006), diria que até demorou demais para surgir outros filmes no mesmo estilo. Tudo bem que o Fúria de Titãs (2010) se esforçou, mas ninguém pode dizer que o acerto foi na mira. Essa responsabilidade, portanto, recaiu aos projetos seguintes. E o primeiro da linha é esse Imortais, que precede as continuações Ira de Titãs (2012) e 300: A Batalha de Artemísia (2013). E enquanto estas duas sequencias não chegam até nós com personagens já conhecidos e tramas familiares, esse trabalho mais recente tem a vantagem de tentar ser original também partindo de um universo de não todo estranho. Ao combinar mitologias e seres fantásticos com um visual absurdamente impressionante, temos algo que diverte sem muito compromisso. Ou seja, na medida certa.

Estamos em tempos imemoriais, numa Grécia em plena guerra. O Rei Hyperion (Mickey Rourke, aproveitando toda chance de estrelato após o ressurgimento que O Lutador, 2008, lhe proporcionou) quer se vingar dos deuses pela morte de sua esposa e filho, vítimas de uma doença incurável. Ele está devastando todos os povoados que encontra no caminho em busca do Arco de Épiro, um poderoso artefato que lhe dará uma força inimaginável. No seu caminho, no entanto, está Teseu (Henry Cavill), o camponês bastardo que é abençoado diretamente por Zeus (Luke Evans). Mas o Deus dos Deuses não deseja que os demais seres divinos interfiram nos assuntos dos homens, e deixa que Teseu enfrente o poderoso inimigo tendo ao seu lado apenas uma bela e virgem Oráculo (Freida Pinto) e um ladrão convertido (Stephen Dorff). Mas esta desvantagem não irá durar por muito tempo, e logo deuses como Ares, Poseidon e Atenas deixarão de ser meros observadores para colaborarem diretamente com o protegido dos céus.

Imortais é, acima de tudo e antes de mais nada, uma aventura à moda antiga, porém revestida pelo melhor que a tecnologia atual pode oferecer. Ela chega até nós em impressionantes efeitos 3D e com um visual deslumbrante, combinando uma detalhada edição com um trabalho preciso de imagem e som. Mas se deixarmos tudo isso de lado o que teremos é a saga do pobre inocente contra o rico explorador, daquele em desvantagem conta o poderoso arrogante. São elementos dramáticos há muito explorados e que aqui envolvem a plateia justamente pela franqueza com que se apresentam. Não há profundidade, personagens perturbados ou traumas a serem superados. Tudo é resolvido na base da espada ou por feitos sobrenaturais, e é isso que o público espera. E ao entregar o que promete, meio caminho já está andado.

Tarsem Singh é o mesmo diretor que cometeu o absurdo A Cela (2000), com Jennifer Lopez, e que nos próximos meses irá entregar uma das duas versões programadas da fábula da Branca de Neve em Espelho, Espelho Meu (2012). Ele não é o que se pode se chamar de um contador de histórias habilidoso, mas ninguém pode negar seu talento em criar espetáculos visuais. Imortais chama atenção também pelo ótimo desempenho de Cavill, em sua primeira experiência como protagonista e o grande teste antes de se tornar o Homem de Aço na nova adaptação do herói prevista para 2013. Ele sei sai muito bem, e não deve decepcionar no desafio maior. De resto temos um filme dinâmico e barulhento, que serve para entreter sem maiores dores de cabeça. E volta e meia isso é tudo o que queremos.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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