Crítica
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Sinopse
Zach se muda para uma cidade pequena, onde conhece Hannah, uma garota muito interessante que tem um pai bem esquisito. Logo ele descobre que o homem é ninguém menos do que R.L. Stine, o autor de uma famosa série de livros de fantasia e terror. Ao entrar na casa do escritor, no entanto, acaba libertando sem querer todas as suas criações das páginas dos livros.
Crítica
Para qualquer pessoa mais atenta e com um pouco de senso crítico a tarefa de apontar falhas em Goosebumps: Monstros e Arrepios não é, sob hipótese alguma, das mais complicadas. Afinal, este é o legítimo filme-passatempo, produção genérica feita apenas para entreter jovens em busca de distração que não lhes exija demais. Além disso, trata-se de um conceito já explorado em diversos livros e cujo propósito é se estabelecer enquanto franquia, dotando este das características necessárias para torná-lo um conto de origem, bem sucedido o suficiente para levar o público até seu universo, vislumbrando um potencial a ser explorado em capítulos seguintes. Rápido e seguro, portanto. E ainda que, dentro da medida do possível, esses objetivos sejam alcançados, é inevitável a sensação de que faltou algo durante o processo que o torne, de fato, marcante.
A trama é absurdamente simples. Felizmente, talvez por estar ciente deste fato, o diretor Rob Letterman – o mesmo do catastrófico As Viagens de Gulliver (2010) que, aliás, tem uma das suas cenas mais icônicas recriadas aqui – vai direto ao ponto, sem perder muito tempo. Garoto (Dylan Minnette) se muda de Nova York para uma pequena cidade do interior com a mãe (Amy Ryan) após a morte do pai. Logo fica amigo da vizinha da casa ao lado (Odeya Rush, de O Doador de Memórias, 2014) e do maior nerd da escola (Ryan Lee, de Super 8, 2011). O problema virá do pai da menina (Jack Black), um homem estranho e recluso que tenta manter o novo amigo da garota o mais afastado possível. É claro que estes conselhos serão ignorados, apenas para que o inevitável aconteça: ao entrarem na casa dela, derrubam de uma estante um dos livros do pai, que ao ser aberto... deixa escapar de suas páginas o Abominável Homem das Neves!
Essa é a ideia: Black é o escritor R. L. Stine, autor da série Goosebumps, livros feitos de... monstros e arrepios. E quando um destes seres fantásticos escapa em busca de vingança – um boneco de ventríloquo batizado de Slappy, que não gostou nem um pouco de ter ficado trancado por tanto tempo – a cidade inteira fica infestada de zumbis, lobisomens, anões de jardim macabros e louva-a-deus gigantes. Aos protagonistas, só resta fugir. Para acabar com o perigo crescente, o necessário é abrir novamente os livros dos quais escaparam, que assim conseguirão sugá-los. Para evitar que isso aconteça, Slappy decide queimá-los, obrigando Stine a ter que escrever uma nova história que se encarregue de dar fim às diversas ameaças. A questão que fica, no entanto, é: se para eliminá-los bastava jogar os volumes originais numa fogueira, porque o próprio autor, assim que soube do perigo que corria com suas criações, não assim procedeu de imediato?
O grande problema de Goosebumps: Monstros e Arrepios, além da falta de originalidade – qualquer espectador que tenha visto Jumanji (1995) dificilmente se surpreenderá com essa produção – é a total ausência de medo. Nada do que aparece em cena chega a causar espanto, por menor que seja. O lobisomem é um cachorro que se distrai com galinhas de plástico. Cada bicho novo que surge é lento e atrapalhado o suficiente para não alcançar os protagonistas em fuga, que sempre conseguem escapar no último instante – seja pela intervenção do autor ou até da tia solteirona desesperada. Outro elemento falho é que, segundo Stine, toda boa história deve ter três partes: início, meio e reviravolta. E a que aqui é oferecida é no mínimo ingênua, pois é contornada de maneira tão óbvia que dificilmente alguém a levará em consideração.
Com roteiro de Darren Lemke (Jack: O Caçador de Gigantes, 2013) a partir do argumento de Scott Alexander e Larry Karaszewski (a mesma dupla do ótimo Ed Wood, 1994), Goosebumps: Monstros e Arrepios dá o primeiro passo para trazer o universo de R. L. Stine para a tela grande, após uma passagem pela televisão (o seriado durou de 1995 a 1998). De início apressado e desprovido de final – a trama termina exatamente no ponto em que o próximo episódio deve começar – é um filme cuja maior surpresa parece ser a presença um tanto contida de Jack Black, longe do seu histrionismo habitual, deixando espaço para os verdadeiros protagonistas – as crianças. Faixa etária, aliás, desprovida de maiores referências e que, por isso mesmo, muito provavelmente seja a única a se interessar de forma genuína pelo resultado aqui apresentado.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
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Robledo Milani | 4 |
Thomas Boeira | 6 |
MÉDIA | 5 |
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