Super 8
Crítica
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Sinopse
Joe Lamb (Joel Courtney) perdeu a mãe há pouco tempo, o que fez com que seu relacionamento com o pai (Kyle Chandler), um policial dedicado que não sabe como se comportar com o filho, se deteriorasse. Fã de cinema e estudioso de maquiagem, ele se diverte ao lado dos amigos Charles (Riley Griffiths), Martin (Gabriel Basso) e Cary (Ryan Lee) ao tentar rodar um filme caseiro para participar de uma competição local para jovens cineastas. Joe logo se anima quando Charles convida Alice Dainard (Elle Fanning) para o elenco, já que está a fim dela. O grupo vai de madrugada rodar, às escondidas, uma cena na estação ferroviária local. É quando uma caminhonete se choca com um trem, provocando um descarrilhamento de grandes proporções. Logo o local está cercado pelo exército, que procura algo que estava alojado em um dos vagões. Estranhos desaparecimentos começam a acontecer na pequena cidade de Lillian, primeiro de motores de carro e depois de pessoas.
Crítica
Foi como entrar numa máquina do tempo. Ir ao cinema assistir à Super 8, o novo longa do diretor J. J. Abrams, é como voltar aos anos 80: a mesma sensação de encanto, espanto e surpresa diante de um filme que é surpreendente e fantástico do início ao fim. E nos próprios créditos ele entrega o ouro: o produtor desse recente trabalho é ninguém menos do que o mago Steven Spielberg, vencedor de 3 Oscars e dono de tantos sucessos que chega a ser difícil saber por onde começar. Aliado agora ao homem que intrigou meio mundo com séries de televisão como Lost e filmes como a última versão de Star Trek, Spielberg encontrou o meio perfeito para se conectar com as novas audiências: recriando o que sempre fez tão bem.
Desde 2008 o homem oscarizado por A Lista de Schindler e O Resgate do Soldado Ryan não dirige um novo filme – o último foi Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal. Neste meio tempo, Spielberg tem atuado na produção de obras irregulares como Controle Absoluto, Um Olhar do Paraíso e a trilogia Transformers. Chegou o momento de mostrar que, como produtor, possui o mesmo talento que tantas vezes já o destacou como cineasta. E Super 8 é a comprovação ideal. Uma trama misteriosa, repleta de segredos, que prende a atenção do espectador ininterruptamente, revelando-se em camadas que só intrigam ainda mais, até um final completamente emocionante e inesperado, que levará até os mais desconfiados às lágrimas – de alegria, pelo contentamento de estarem diante de algo memorável e inesquecível.
Abrams é um dos nomes mais notáveis atualmente em Hollywood, principalmente pelo sucesso obtido em seus produtos televisivos. No cinema, após trabalhar em duas cinesséries – é dele também o veículo Missão Impossível 3, com Tom Cruise – agora mostra que é capaz também de provocar ótimas reações com um material inédito e de própria autoria. Mesmo assim, os mais atentos encontrarão diversas referências a trabalhos marcantes de trinta anos atrás, como E.T., Contatos Imediatos de Terceiro Grau, Os Goonies e muitos outros. Mas ao invés de simplesmente requentá-los para um novo público, oferece uma sequência de homenagens, resgatando elementos que já deram certo uma vez e posicionando-os de modo completamente novo, despertando o interesse e mostrando que inovação também pode ser feita através de fórmulas comprovadas.
Super 8 conta a história de um grupo de amigos, todos estudantes do colegial, que sonham em fazer um filme amador. Durante uma noite de filmagens, acabam presenciando um incrível acidente ferroviário. Dos destroços do trem, algo escapa. Será um animal? Um homem? Um monstro? Um alienígena? As dúvidas são muitas, os fatos inexplicáveis diversos e os acontecimentos começam a se suceder numa velocidade cada vez maior, e muitas vezes sem que a turma entenda o que está se passando na pequena cidade em que moram. Será a vez de não só se unirem, mas também de amadurecerem o suficiente para fazer a diferença nas vidas de todos os envolvidos.
Inesperado sucesso de público – custou US$ 50 milhões e já arrecadou mais do que cinco vezes esse valor em todo o mundo – Super 8 é também algo que maravilha os sentidos e emociona na medida certa. É um dos melhores trabalhos de toda a carreira de Steven Spielberg, só que dirigido por J. J. Abrams, o pupilo que aprendeu corretamente as lições do mestre e agora surpreende entregando uma obra à altura do original. Melancólico sem ser piegas, eletrizante sem ser vazio, contagiante sem abusar dos clichês, divertido sem ser gratuito: é um filme que acerta em todos os quesitos propostos. E ainda deixa qualquer um da plateia com um imenso sorriso no rosto, provocando a sensação de que, ao menos por duas horas, todos voltamos a ser crianças e que um mundo com seres fantásticos, situações inesperadas e em que no final tudo dá certo é, sim, possível.
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