Crítica


9

Leitores


1 voto 8

Onde Assistir

Sinopse

Talentoso pianista, Chico tem grandes sonhos. Ao assistir à apresentação da cantora Rita, acaba se encantando por ela. Essa paixão mútua nascida na capital de Cuba vai ser chacoalhada por descobertas e desencontros.

Crítica

A indicação de Chico & Rita na categoria Melhor Animação no Oscar 2012 foi uma surpresa para muitos. Com lançamento limitado, o longa-metragem dirigido por Tono Errando, Javier Mariscal e Fernando Trueba não era tão conhecido como As Aventuras de Tintim (2011) ou Rio (2011), bons trabalhos que acabaram ficando de fora dos cinco mais. A surpresa em sua inclusão acaba, no entanto, quando você assiste à animação. Musical, sexy, romântico e sanguíneo, Chico & Rita é um trabalho digno de elogios e de ser lembrado em premiações ao redor do mundo. Vale mencionar que o longa-metragem venceu o prêmio da categoria no Goya, o Oscar do cinema espanhol, e tem recebido muita atenção por onde quer que passe.

Com roteiro de Fernando Trueba e Ignacio Martínez de Pisón, Chico & Rita acompanha os encontros e desencontros do casal do título, um músico virtuoso (com voz de Eman Xor Oña) e uma cantora talentosa (Limara Meneses). Os dois se conhecem na Havana do final da década de 40. Chico coloca os olhos em Rita, enquanto ela cantava em um clube, e percebe que encontrou sua parceira ideal, tanto nos palcos quanto na vida. Mas a relação que surge entre eles é uma grande montanha-russa. Ciúmes, traições e mal entendidos acabam fazendo com que o casal se separe. Rita vai à Nova York, tentar a sorte, e Chico a persegue, conhecendo grandes músicos de jazz no processo. O filme é contado em flashback, pois somos apresentados a Chico, já idoso, vivendo sozinho em um cortiço em Havana. Mas muito mais poderá acontecer com o velho músico.

Chico & Rita é apaixonante para quem gosta de música e, principalmente, aprecia jazz. Na trilha sonora, e em participações muito especiais, vemos o encontro dos protagonistas com músicos fenomenais como Thelonious Monk, Dizzy Gillespie, Charlie Parker, Tito Puente e Chano Pozo. Mal comparando, uma espécie de Forrest Gump (1994) musical, com estes artistas aparecendo em pequenos papéis ao longo do filme, interagindo com Chico ou Rita.

Animação adulta, o longa-metragem não economiza nas cenas mais calientes, criando a personagem animada mais sexy desde Jessica Rabbit. Mas Rita é muito mais do que apenas um sex symbol. Ela é uma mulher de fibra, uma pessoa que perderia a chance de mudar sua vida caso não fosse junto de seu amado, alguém que esperaria anos pelo seu final feliz. Chico não é diferente. Músico dedicado e talentoso, é persistente ao tentar conquistar Rita e acaba a perdendo por um ciúme bobo, que o leva a beber e entrar em uma situação de fácil má interpretação. Ambos personagens têm sangue latino, pulsante, como se tivessem saído de um romance trágico espanhol.

As cores quentes utilizadas pelos animadores conversam totalmente com os personagens e com a história, fazendo com o que o espectador consiga ser transportado para Havana, Nova York e Las Vegas das décadas de 40 e 50. O estilo de animação é belíssimo, parecendo, em vários momentos, pinturas a óleo que se movimentam. Um trabalho digno de nota e merecedor dos prêmios e indicações que recebeu.

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
avatar
é crítico de cinema, membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista, produz e apresenta o programa de cinema Moviola, transmitido pela Rádio Unisinos FM 103.3. É também editor do blog Paradoxo.
avatar

Últimos artigos deRodrigo de Oliveira (Ver Tudo)

Grade crítica

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *