Crítica


4

Leitores


4 votos 8

Onde Assistir

Sinopse

Kristi teve recentemente um filho com Daniel, que já era pai de uma adolescente. Um dia, ao chegarem em casa, encontram  o local completamente revirado. Tentando evitar que a situação se repita, Daniel compra um sistema de segurança que instala câmeras em diversos cômodos e no lado de fora da casa. Ao mesmo tempo o casal e a adolescente têm por costume filmar tudo o que acontece ao seu redor. Até que um dia situações estranhas começam a acontecer, o que faz com que o trio acredite que a casa é mal assombrada.

Crítica

Mais do mesmo. Atividade Paranormal 2 pega carona no sucesso do primeiro longa-metragem, dirigido por Oren Peli, mas não consegue em nenhum momento ser superior ao seu antecessor. Como esta continuação aposta nos mesmos sustos, com portas batendo, sombras misteriosas e pessoas sendo arrastadas, o espectador que já teve contato anteriormente com a história não tem como se surpreender. É como se ele estivesse vacinado. E, convenhamos, para uma história que pretende assustar o público, é um verdadeiro tiro no pé.

Com roteiro de Christopher Landon (Paranóia, 2007) e dos estreantes em longa-metragem Michael R. Perry e Tom Pabst, Atividade Paranormal 2 é, ao mesmo tempo, uma sequência e um prelúdio ao filme original. Os acontecimentos estão situados alguns dias antes do que vimos no primeiro Atividade Paranormal e algumas horas depois do seu final. Kristi Rey (Sprague Grayden, do seriado Jericho, 2006) teve seu primeiro filho, Hunter, com seu marido Dan (Brian Boland, de Alma Perdida, 2009). Os três vivem em uma espaçosa casa junto de Ali (Molly Ephraim, de Como Viajar com o Mala do Seu Pai, 2008), filha de Dan de outro casamento. Um dia, a família encontra sua residência totalmente vandalizada, mas sem dar falta de nenhum objeto valioso. Pensando em sua segurança, Dan manda instalar câmeras em toda a casa. No entanto, estranhos eventos continuam a acontecer e Kristi cogita a presença de fantasmas. Dan não acredita na história, mas sua esposa tem um passado assustador junto da irmã, Katie (Katie Featherston, protagonista do primeiro Atividade Paranormal, 2007), que pode explicar toda a situação.

Oren Peli, cineasta que assinou o longa-metragem anterior, aqui fica responsável pela produção, deixando a cadeira da direção para Tod Williams (Provocação, 2004). Não chega a ser uma mudança sofrível. Williams tem como vantagem as várias câmeras instaladas dentro da casa, conseguindo assim uma maior cobertura dos acontecimentos. O que se perde é a direção de atores naturalista do antecessor. No primeiro filme, Katie Featherston e Micah Sloat pareciam um casal real, como se não estivessem atuando em uma história de terror. A falta de experiência de ambos ajudava na veracidade do que víamos.

Em Atividade Paranormal 2, no entanto, isso tudo se perdeu. O elenco principal é profissional e não consegue convencer como uma família real, que poderia ser vizinha de qualquer um. As atuações não chegam a ser ruins, mas não passam aquele senso de realidade tão caro para o estilo do longa-metragem. Nem mesmo os atores do filme original, que aparecem em pontas, conseguem convencer como anteriormente. O fenômeno e o sucesso de Atividade Paranormal fez mal para Featherston e Sloat, que parecem tentar realmente atuar desta vez. E isso estraga totalmente a experiência, até porque Featherston acaba se revelando uma atriz bastante fraca. Sloat, por sua vez, aparece muito pouco para que se possa ter uma opinião definitiva.

Os bons sustos do primeiro filme, como dito anteriormente, acabam se tornando apenas uma repetição nesta continuação. Apesar disso, os mais suscetíveis podem dar alguns pulos na cadeira com armários abrindo, panelas caindo e um cachorro latindo para o nada. Mas é, realmente, muito pouco para um pretenso filme de terror. Pela forma como a história é contada, Atividade Paranormal 2 parece apenas uma continuação caça-níqueis colocada entre o primeiro filme e sua real sequência – que ainda não aconteceu, visto que o terceiro capítulo da franquia também se tratava de um prelúdio. Com um quarto episódio agendado para 2012, é certo apostar que veremos ainda muitas gavetas fechando sozinhas, cachorros latindo e portas fechando. Bom seria se achassem algum espaço para desenvolver a história daquela família.

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
avatar
é crítico de cinema, membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista, produz e apresenta o programa de cinema Moviola, transmitido pela Rádio Unisinos FM 103.3. É também editor do blog Paradoxo.
avatar

Últimos artigos deRodrigo de Oliveira (Ver Tudo)

Grade crítica

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *