Com a estreia muito bem sucedida de Sem Escalas, surgiu também uma dúvida: quantos outros thrillers já foram ambientados no mesmo cenário, ou seja, em um avião em pleno movimento? E não estamos falando de animações bonitinhas como o recente Aviões (2013), da Disney, dramas pesados, como O Voo (2012), que rendeu a Denzel Washington uma indicação ao Oscar, ou Voo United 93 (2006), inspirado nos fatos reais do ataque terrorista de 2001, ou mesmo comédias no estilo besteirol, como Apertem os Cintos, o Piloto sumiu! (1980). O subgênero em questão aqui são suspenses aéreos, com grandes doses de aventura e emoção, feitos como passatempo perfeito para quem gosta de boas doses de adrenalina em altas altitudes. Assim, focamos nos cinco longas que melhor se encaixam nessa descrição e que maior retorno do público tiveram, confirmando a mesma boa performance nas bilheterias que o novo sucesso de Liam Neeson vem alcançando. Confira a seleção seguir, e que o seu próximo voo seja, no mínimo, tão tranquilo quanto! Boa sorte!

 

5. Serpentes à Bordo (2006)
Lançado em pleno espírito “tão ruim que deve ser bom”, esse thriller de ação não consegue evitar a comédia involuntária em alguns momentos, tamanho é o absurdo da situação que apresenta. Senão, vejamos: para assassinar uma testemunha contra um poderoso mafioso, centenas de cobras venenosas são soltas dentro de um avião a caminho de Los Angeles, e o único homem capaz de detê-las é o agente do FBI vivido por Samuel L. Jackson. Dirigido pelo falecido David R. Ellis – um quase especialista no gênero, responsável também pelo ainda mais trash Terror na Água (2011) – e inacreditavelmente indicado como Melhor Filme de Horror na Academia de Cinema de Horror, Fantasia e Ficção Científica, teve um desempenho modesto nas bilheterias, mas o suficiente para arrecadar o dobro do seu custo, que foi de apenas US$ 33 milhões.

 

4. Passageiro 57 (1992)
Muito antes da paranoia de segurança aérea tomar conta dos Estados Unidos – e, consequentemente, de todo o mundo – o tema já estava em pauta em Hollywood. E um dos bons exemplos é esta aventura feita especificamente para o estrelato de Wesley Snipes, um ator até então em ascensão. Segurança de uma companhia aérea, ele precisa partir para a ação quando descobre que está à bordo de um voo controlado por terroristas. Snipes já foi até preso – por sonegação de impostos – e há muito tempo não faz um filme que preste, mas vinte anos atrás ele era um nome quente no cinema americano, e sua presença como protagonista garantiu um faturamento doméstico de mais de US$ 40 milhões. Na direção estava Kevin Hooks, que depois faria sucesso ao comandar a série de televisão Prison Break (2005).

 

3. Voo Noturno (2005)
Criador das séries A Hora do Pesadelo e Pânico, Wes Craven dirigiu também comédias – Um Vampiro no Brooklyn (1995), com Eddie Murphy – dramas – Música do Coração (1999), com Meryl Streep – e esse eficiente suspense que trabalha muito mais com o poder da sugestão do que com o susto puro e simples. Rachel McAdams é a protagonista dessa história sobre uma mulher que, ao pegar um voo de rotina de volta para casa, é sequestrada por um estranho que a obriga a participar do seu plano de assassinato de um importante político. O interessante é que tudo precisa ser feito de forma discreta, durante uma viagem pela madrugada, em que a maioria dos demais passageiros está dormindo, sem perceber o perigo que ela está correndo. Orçado em US$ 26 milhões, arrecadou o dobro desse valor nos EUA – e quase quatro vezes seu custo se somado também a bilheteria internacional.

 

2. Plano de Voo (2005)
O primeiro nome do elenco já chama atenção: Jodie Foster. Afinal, o que uma vencedora de 2 Oscars estaria fazendo em um thriller tão genérico? A não ser que ele não fosse o que parece. O que até é verdade… ao menos em parte. Inspirado nos suspenses claustrofóbicos no melhor estilo Hitchcock, a atriz aparece como uma mãe que simplesmente perde a filha em pleno voo – e ninguém parece acreditar no seu desespero! Não há registro da menina ter subido a bordo, nem há testemunhas que afirmem tê-la visto acompanhada de qualquer criança. Porém ela não desiste de sua procura, provocando medo e tensão entre os demais passageiros, ao mesmo tempo em que muitos – em ambos os lados da tela – passam a duvidar de toda a sua certeza. O enorme sucesso de público – mais de US$ 223 milhões arrecadados em todo o mundo – mostraram que, quando bem realizados, filmes do gênero podem ser apostas seguras de bilheteria.

 

1. Força Aérea Um (1997)
Quem melhor do que Harrison Ford para interpretar um presidente dos Estados Unidos decidido a partir para a ação diante de qualquer ameaça? Ainda mais se esta se dá a quilômetros de altura, a bordo daquele que deveria ser o avião mais seguro do mundo? Enquanto a vice-presidente interpretada por Glenn Close, de terra segura, tenta negociar com os terroristas liderados por Gary Oldman, o líder da nação mais poderosa do mundo não ficará de braços cruzados, mostrando que fará de tudo para livrar o mundo de ameaças como essa. O resultado foram mais de US$ 315 milhões de faturamento – para um orçamento de US$ 85 milhões – e duas indicações ao Oscar, além de frases memoráveis, como “paz não é a ausência de conflitos, mas a presença da justiça” ou a impagável “caia fora do meu avião!”, ao jogar o bandido pelos ares!

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.

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