O nome original deste filme, quando chegou aos cinemas, era Como Ser Solteiro no Rio de Janeiro. Depois, tentaram deixar a “carioquice” de lado, como se medo de compromisso e a vontade eterna de levar a vida “na flauta” fosse característica única dos jovens da capital carioca. O comportamento, como se sabe, pode ser universal, mas o filme de Rosane Svartman deixa claro, desde o primeiro frame, o quanto essa realidade regada a festas, amores inconstantes e muita praia encontrou aqui uma das suas melhores representações na cinematografia nacional. Um dos primeiros títulos da retomada do cinema brasileiro a almejar comunicação mais direta com uma audiência maior, em busca de diversão e passatempo de qualidade, o longa tinha todos os clichês mais comuns às comédias românticas em cena: o garanhão, a virgem, a mocinha descolada, o nerd e até o melhor amigo gay. Marcos Palmeira, aliás, se diverte na composição desse último, enquanto que Heitor Martinez e Ernesto Piccolo se dividem na função de protagonista. Já as garotas interpretadas por Rosana Garcia e Cássia Linhares almejam a mesma liberdade dos colegas masculinos, escolhendo parceiros e divertindo-se sem maiores preocupações. Igualdade de sexos era a palavra de ordem, como se percebe. E isso há quase vinte anos. Será que, depois de todo esse tempo, nós regredimos?

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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