INDICADOS:

 

O Sindicato dos Diretores de Arte oferece, tradicionalmente, três prêmios em cinema: Excelência em Filmes de Época, Excelência em Filmes de Fantasia e Excelência em Filmes Contemporâneos. O curioso deste ano é que todos os vencedores – O Grande Gatsby, Gravidade e Ela, respectivamente – estão indicados também ao Oscar, o que tornou a disputa pela estatueta dourada não muito previsível. Por outro lado, é importante observar que os dois títulos restantes – 12 Anos de Escravidão e Trapaça – são alguns dos campeões de indicações desta temporada, e, portanto, não podem ser considerados sem maiores chances. Esta é, em resumo, uma categoria em que qualquer resultado é possível, e se por um lado um deles pode sair na frente pelo histórico dos profissionais envolvidos, por outro há sempre os que apontam uma maior probabilidade de vitória entre os que privilegiam, de fato, a criatividade.

 

Favorito: O Grande Gatsby marca a quinta e sexta indicação – concorre também em Figurino – de Catherine Martin, esposa do diretor Baz Luhrmann. Ela já ganhou nestas duas categorias por Moulin Rouge (2001), e foi indicada por Romeu e Julieta (1996) e Australia (2008). Ou seja, a parceria dos dois é de grande sucesso, e esse bom retrospecto tem tudo para se repetir neste ano. Após ganhar o Art Directors Guild para filmes de Época, foi premiada também com o Bafta, o Critics Choice e pelos críticos da Florida, San Diego e Washington. É a aposta mais segura, um trabalho visualmente impressionante e, certamente, o maior mérito do remake estrelado por Leonardo DiCaprio. Porém está longe de ser inesperado, inovador ou grandioso – termos que se aplicam melhor aos indicados seguintes…

 

Torcida: Gravidade tem tudo para ser o ‘papa-Oscar’ deste ano, e até em categorias aparentemente inesperadas como essa suas chances tem crescido muito. Além de ter ganho o ADG para filmes de Fantasia, levou também o prêmio dos críticos de Chicago, Las Vegas, Phoenix e São Francisco. Se levarmos em conta que este foi um filme inteiramente feito em estúdio e que consegue recriar com absurda eficiência um universo completamente novo com total credibilidade, chega-se inevitavelmente à conclusão de que é complicado não premiá-lo!

 

Azarão: Ela é, ao mesmo tempo, o mais óbvio e o mais surpreendente dos indicados. Premiado no ADG como Filme Contemporâneo, tem sua trama, no entanto, ambientada num futuro utópico, que combina elementos do passado com dados tecnológicos de extrema precisão. Ou seja, é um assumido retrô-futurista, numa alternância de estilos que não só funciona como também contribui para o sucesso da história. Num ano menos disputado, suas chances certamente seriam maiores. Além de premiado pelos críticos de Los Angeles, foi indicado ao Critics Choice e nas premiações dos críticos de Chicago, San Diego, São Francisco e Washington.

 

Esquecido: As escolhas mais óbvias aqui seriam tanto Inside Llewyn Davis – indicado pelos críticos de Chicago, Los Angeles e Washington – ou Walt nos Bastidores de Mary Poppins – indicado pelos críticos de Phoenix e San Diego. Ambos concorreram também ao Art Directors Guild, assim como o verdadeiro injustiçado: O Hobbit: A Desolação de Smaug. Lembrado apenas na premiação do Critics Choice, apresenta um trabalho quase tão impressionante quanto o de Gravidade, porém com uma riqueza de detalhes e alternância de ambientes – o reino dos elfos, a floresta negra, a cidade dos homens, o lar do dragão – que revela toda a impressionante eficiência da equipe liderada por Peter Jackson. Se dez anos atrás não houvesse havido a trilogia O Senhor dos Anéis, certamente a situação neste ano seria bem diferente…

 

Tudo sobre todos os indicados ao maior prêmio do cinema mundial você confere no Especial Oscar 2014!

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
avatar
é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
avatar

Últimos artigos deRobledo Milani (Ver Tudo)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *