28 fev

Homenagem a Méliès

A Invenção De Hugo Cabret, de Martin Scorsese, é o longa-metragem que recebeu mais indicações ao Oscar 2012, tendo concorrido em 11 categorias – ganhou em 5 delas! Baseado no best-seller de Brian Selznick, The Invention of Hugo Cabret, é ambientado nos anos de 1930, em Paris. Acompanha o menino Hugo (Asa Butterfield), de 12 anos. Ele era bastante apegado ao pai (Jude Law), um relojoeiro, especialmente depois que a mãe morreu. Infelizmente, o pai também acaba falecendo em um incêndio e o garoto vai morar com um tio bêbado numa estação de trem.

O objeto que Hugo mais tem afeição é um robô, um autômato usado em apresentações teatrais. A peça foi encontrada estragada num museu e Hugo e seu pai a consertavam no período em que o pai faleceu. Dessa forma, o menino vive mexendo no robô, procurando terminar o serviço, além de perambular pela estação de trem, furtando sanduíches e sendo perseguido pelo guarda local (Sacha Baron Cohen, de Borat).

Um dia Hugo conhece a garota Isabelle, com quem irá compartilhar alguns segredos. A trama os levará a descobrir o trabalho de Georges Méliès, um dos pioneiros do cinema.

O filme fala de amizade e de confiança. Sua maior virtude parece ser, contudo, resgatar o trabalho do visionário Georges Méliès. Depois que os irmãos Lumière propagaram o cinema no final do século XIX, em feiras populares, ele servia mais como um registro do cotidiano e de algumas imagens em sequência. Méliès, que antes já trabalhava como ilusionista, percebeu o potencial da nova descoberta. Utilizando técnicas extremamente criativas para a época, começou a contar histórias na tela e é considerado o pai da ficção no cinema. Isso o levou a um grande sucesso. Hugo irá conhecer Méliès (Ben Kingsley) e esse encontro irá mudar a vida de ambos.

Partes destes filmes antigos são apresentadas dentro da história de A Invenção de Hugo Cabret, o que permite ver ou rever os primórdios da sétima arte. Apesar de ter disputado as categorias de Melhor Filme e Diretor, o ponto forte desta produção está em sua estética, o que se confirmou ao levar os Oscars de Direção de Arte, Fotografia, Som, Edição de Som e Efeitos Visuais. É um filme que homenageia a arte de se fazer cinema e de sonhar com ele.

 

Adriana Androvandi

é Mestre em Comunicação Social pela PUCRS, com ênfase nos Estudos Culturais. Formada em Publicidade e Propaganda e em Jornalismo pela UFRGS. Trabalha como repórter na área cultural no jornal Correio do Povo, em Porto Alegre.

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