A Mostra Gaúcha de Curtas do 45o Festival de Gramado foi finalizada com essa bem-vinda obra de Diego Tafarel. Com um visual de encher os olhos, do figurino às locações, fala sobre relacionamentos contemporâneos e experiências sexuais. Embalados pela empolgante trilha de Robson Bitencourt, os personagens, interpretados com entrega e perfeita sintonia por Catharina Conte, Nicolas Vargas e Samuel Reginatto, se encontram em uma casa de campo do interior do Rio Grande do Sul e lá percebem as transformações dos sentimentos de cumplicidade que existem entre eles em novas possibilidades, talvez não tão óbvias, mas ainda assim impossíveis de serem negadas por mais tempo. Sem julgar seus protagonistas e muito menos as motivações que cada um carrega, o curta se eleva do lugar-comum ao inserir o espectador como se fosse um dos envolvidos no triângulo amoroso que aos poucos se forma. Tafarel já havia demonstrado competência com o impactante documentário Pobre Preto Puto (2016), premiado aqui mesmo em Gramado no ano anterior e selecionado para diversos festivais, tanto no Brasil quanto em países como Estados Unidos, México, Espanha e Portugal. No entanto, neste seu primeiro exercício oficial como realizador de ficção, o cineasta se eleva ao posto de contador de histórias conectado com os dias de hoje, preocupado com seu elenco – a química entre os atores é invejável – e seguro em fazer da sua narrativa não um simples desenrolar de acontecimentos mas, acima de tudo, uma envolvente e satisfatória experiência cinematográfica.
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