Em seu quarto curta-metragem, o segundo como animação (ou seria o terceiro? As informações disponíveis divergem), o diretor Alois Di Leo investe em uma fábula bem brasileira. No meio da floresta, índios se relacionam com a natureza da maneira mais pura possível, em um ciclo contínuo que não possui início nem fim, mas sempre ligado à terra onde se pisa, mora, se alimenta e, enfim, se vive. Oquirá é uma menina diante do desafio de sua vida, uma tarefa igual a todos, mas a qual ela irá se opor inicialmente, tanto por uma resistência contra as mudanças como, também, um apego pelo que se deve abrir mão. Tem-se aqui uma bonita analogia sobre o amadurecimento humano e o entendimento maior a respeito do todo, do fato de sermos cada um de nós indivíduos completos, porém partes inegáveis de um conjunto que só faz sentido quando integrado. Construído a partir de uma bela técnica em 2D, rica em detalhes e eficiente em transmitir sua mensagem justamente pelas imagens elaboradas – o curta não possui diálogos – Di Leo mostra através de desenhos, jogos de luzes, trilha sonora e brincando muito com a perspectiva o quanto sua personagem principal tem a aprender com os mais velhos, gigantes que tem muito a ensinar, sejam pelos passos dados ou pelas lições depreendidas pelo exemplo. Principalmente pelo abraço sempre próximo, independente da forma como ele venha.
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