Nascido no dia 02 de outubro de 1957 em Nova York, Roberto Gervitz se criou em São Paulo e tem se preocupado desde sua estreia, em 1978 com o documentário Braços Cruzados, Máquinas Paradas, a registrar as histórias do Brasil. Quase dez anos depois ele faria seu primeiro trabalho de ficção, Feliz Ano Velho (1987), baseado no romance de Marcelo Rubens Paiva. Agora, mais três décadas se passaram, e ele está novamente envolvido em transpor um sucesso literário para as telas. O livro da vez é Mãos de Cavalo, de Daniel Galera, que serviu de inspiração para o filme Prova de Coragem, que deve chegar ainda neste ano nas telas. Foi durante a pós produção deste trabalho, que está acontecendo em Porto Alegre, que o diretor conversou com exclusividade com o Papo de Cinema. Confira!
Qual seu filme favorito?
Nossa, essa pergunta é muito difícil. Não tenho um filme favorito – aliás, tenho vários, um só é muito difícil. Poderia pensar em um ou outro cineasta, mas é ainda mais difícil. Não costumo me ligar no diretor, o que importa pra mim são as histórias. Mas claro, tem aqueles que não tem como ignorar. Um deles é o Stanley Kubrick, que tudo que fez foi incrível. Lembro que o primeiro filme dele que assisti foi Glória Feita de Sangue (1957), que me deixou extasiado. Mas se fosse para citar apenas um, iria de Laranja Mecânica (1971), que é um marco. A ambientação é quase cartunesca, uma alegoria atemporal que resulta de forma extremamente eficiente com o desenrolar da história, e a forma como o cineasta explora a violência, sem exageros ou gratuidades, é uma verdadeira aula. Hoje em dia há sangue para todos os lados, e Kubrick sabia dizer o que queria sem provocar reações imediatas e desnecessárias. Ele era muito preciso no discurso que empregava.
Qual filme recente você recomendaria?
Eu gosto muito de ir ao cinema, cada filme me leva a um lugar diferente, e estou sempre à procura deste tipo de viagem. Há pouco tempo fiquei bastante impressionado com o Ida (2014), que ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro para a Polônia. As atrizes são impressionantes, o jogo do preto e branco na fotografia é belíssimo, e os cenários são incríveis. Aquilo poderia estar acontecendo nos anos 1960, mas ao mesmo tempo possui uma contemporaneidade muito urgente. É um filme discreto, pequeno, mas muito bonito. Foi uma boa surpresa.
Se a sua vida fosse um filme, qual seria o título?
Ah, isso não é pergunta que se faça (risos). A minha vida não dá um filme, ela dá vários filmes. Ela é vários filmes. Não saberia escolher… Muitas Vidas em uma Só? Acho que seria mais ou menos algo assim.
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