Anna Todd não tem nem 30 anos – ela completará sua terceira década no próximo dia 21 de março – mas já é um verdadeiro fenômeno. Apontada pela Cosmopolitan Magazine como “o maior fenômeno de sua geração”, esse sucesso todo vem da série de livros After, cujo primeiro volume está sendo adaptado para o cinema e tem previsão de estreia no Brasil para o próximo dia 11 de abril, com distribuição da Diamond Films. Os fãs brasileiros, um dos mais ferrenhos de todo o mundo, estão tendo nessa semana uma oportunidade única de entrar em contato com a autora, que está em São Paulo para o lançamento de seu novo romance, As Estrelas Entre Nós – e também, claro, para falar sobre o longa ainda inédito. Aproveitando essa oportunidade, ela conversou com exclusividade com o Papo de Cinema, e adiantou detalhes sobre esse projeto que tem tudo para agradar aos fãs de sagas românticas como Crepúsculo e Cinquenta Tons de Cinza. Confira!

 

Olá, Anna. Tudo bem? Como você recebeu a notícia que seu romance After seria adaptado para o cinema?
Nossa, foi uma grande surpresa. Daquelas que a gente precisa levar um beliscão para acreditar que é verdade, sabe? Anos atrás, antes ainda do primeiro livro ser publicado, algumas produtoras haviam me procurado, demonstrando interesse na adaptação para o cinema. Afinal, eu havia escrito na internet, então muita gente sabia do que se tratava. Mas eram apenas conversas, tudo muito superficial, nada de concreto. No entanto, quando chegaram até mim com uma proposta séria, é que finalmente me dei conta de que iria, de fato, acontecer. Fiquei muito emocionada, não preciso nem dizer, não é mesmo? Foi o maior presente que já recebi, indescritível.

Anna Todd, ao centro, com os atores Josephine Langford e Hero Fiennes Tiffin, no set de After

Você pode interferir na escolha do elenco ou equipe técnica? Como foi esse relacionamento?
Sim, participei de todo o processo. Imagina, não podia simplesmente abandonar a minha criação e deixar tudo nas mãos dos outros. After, para mim, é como um filho, vai ser sempre parte de mim. Fizemos um acerto para que a versão cinematográfica existisse, mas fui parte ativa de todas as discussões, ninguém escolheu nada por mim. Precisava estar por perto, pois tinha que ser bem como havia imaginado – ou melhor, claro. Foi uma jornada incrível, através da qual aprendi muito e que me trouxe muitas alegrias. Então, sobre o elenco, por exemplo, eu estava presente em todas as audições de candidatos – e, preciso te dizer, centenas de pessoas se candidataram, de nomes famosos de Hollywood até gente desconhecida que queria uma oportunidade para demonstrar seu talento. Foi muito bonito fazer parte dessas descobertas.

 

Susan McMartin é a autora do roteiro. Ela fez sozinha a adaptação? O quanto você participou desse processo?
Susan McMartin é maravilhosa, e sempre serei muito grata ao trabalho que ela fez. Ela escreveu, sim, o roteiro, mas não o que acabou sendo filmado – ainda que a versão final contenha muito do que ela havia proposta e sugerido. Ela fez uma primeira versão, digamos. Depois que esse material estava pronto, eu e a diretora Jenny Gage nos sentamos e começamos a trabalhar a partir dele. Foi a nossa base, portanto. Fomos atrás do espírito do livro que eu havia escrito, incorporando, sempre que possível, as inovações que Susan tinha proposto, combinado com a visão de cinema de Jenny. O resultado é um pouco de nós três, e ficou melhor do que poderia ter imaginado anos atrás. Jenny está estreando no cinema com esse filme, mas ela já é uma grande cineasta, e ainda vão ouvir falar muito sobre ela.

 

Fale um pouco dos protagonistas: Josephine Langford e Hero Fiennes Tiffin. Eles foram exatamente como os personagens que você criou?
Sim e não (risos). Josephine Langford é uma garota linda, que fez poucos filmes – talvez o mais conhecido seja o terror 7 Desejos (2017) – e está recém começando, então ainda há muito a se descobrir sobre ela. Eu não a conhecia, e vê-la pela primeira vez foi surpreendente, pois era exatamente como eu imaginava que seria a Tessa Young, a minha personagem. Foi quase sobrenatural. Ela agia como a Tessa, o jeito de se portar era como eu muitas vezes havia pensado. É uma garota muito organizada, simpática, educada, e penso que fez um trabalho fantástico. Foi como se os meus pensamentos tivessem se materializado. Já com o Hero o processo foi bem diferente. Ele não era nada do que eu havia imaginado até aquele momento. Confesso que não estava muito certa quanto a ele. Na audição dele, já como o Hardin Scott, aos poucos essa minha ideia começou a mudar. Você sabe, ele é um profissional, vem de uma família de grandes atores – puxa, os tios dele são Ralph e Joseph Fiennes! – então ele tem a quem puxar. Aos poucos, portanto, acabou me convencendo que era a pessoa certa para o filme. Tanto que hoje não tenho a menor dúvida, tinha que ser ele, mais ninguém poderia ter sido tão perfeito.

Josephine Langford (Tessa) e Hero Fiennes Tiffin (Hardin) em cena de After

Você chegou a visitar o set e participar das filmagens? Como foi o seu envolvimento como produtora do filme?
Este foi o meu primeiro filme. Também estava aprendendo como se faz cinema. E se tem algo muito forte em mim é a determinação: se me proponho a fazer algo, vou até o fim. Por isso, sabia que aqui não seria diferente. Estava todos os dias no set, pois queria aprender ao máximo sobre tudo que estava acontecendo, e também me colocar a disposição para qualquer dúvida que surgisse. E assim foi, até nos cabelos dos atores dei meus pitacos (risos). Participei de tudo, foi uma experiência muito rica. Agora já me sinto mais no controle, sem ser tão crua como era lá no começo. Pode ter certeza, nos próximos o meu envolvimento será maior, pois já me sinto bem mais segura.

 

Já há algo certo sobre a realização das continuações? Elas irão acontecer?
Não sabemos ainda. Eu falei em “próximos”, mas isso é mais uma vontade do que algo concreto. Porém, mesmo que até esse momento não tenhamos nada confirmado, a série de livros existe, não é mesmo? Ou seja, material para novos filmes existem. Quem vai dizer se eles irão acontecer, ou não, será o público. Foi a mesma coisa com esse primeiro, o After. Ninguém pensaria em adaptá-lo para o cinema se o livro não tivesse despertado tantas paixões. Felizmente, foi isso que aconteceu. É por isso, por toda essa certeza e pela resposta que temos recebido dos leitores e de fãs ao redor do mundo, que já estamos trabalhando no roteiro da continuação. É algo ainda muito embrionário, são só alguns rascunhos, ideias jogadas no papel, mas há muita coisa que queremos explorar nesse universo. Por mim, você pode ter certeza, todos os livros acabarão também no cinema. Estou na torcida e trabalhando para isso!

O que os fãs brasileiros podem esperar do filme After?
O surgimento de uma nova paixão, agora pelos personagens do livro, que ganharam vida. Tenho certeza que, cada um que leu o livro e gostou, torceu e também se apaixonou pela Tessa e pelo Hardin, irá ver esse amor renascer na tela do cinema. O que senti, vendo aquilo que existia até então só na minha imaginação, se tornando realidade, isso não tem preço. É essa mesma emoção que desejo a todos os fãs de After.

(Entrevista feita por telefone na conexão Porto Alegre / São Paulo em janeiro de 2019)

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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