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Sinopse

Os Quatro Cavaleiros ressurgem para uma nova onda de shows e golpes multimilionários usando truques de mágica. Porém, dessa vez, terão de lidar com um desafio maior quando são enviados para o outro lado do planeta para servirem aos interesses de um empresário excêntrico chamado Walter.

Crítica

Para os fãs do inesperado sucesso Truque de Mestre (2013), a boa notícia é que sua continuação, Truque de Mestre: O 2º Ato, basicamente entrega o mesmo que o original: cenas mirabolantes (e, por vezes, sem sentido), atuações um tanto exageradas (mas divertidas) e um roteiro que faz de tudo para enganar o espectador, na tentativa de surpreendê-lo com as reviravoltas (forçadas) do roteiro de Ed Solomon, Pete Chiarelli, Boaz Yakin e Edward Ricourt. No cômputo final, a experiência entretém, muito por causa do elenco de qualidade - que volta vitaminado com as presenças de Daniel Radcliffe e Lizzy Caplan.

Agora dirigido por Jon M. Chu, Truque de Mestre: O 2º Ato retoma a história de onde a anterior terminou. Primeiro, observamos uma cena no passado que explica melhor o ódio de Dylan Rhodes (Mark Ruffalo) pelo desvelador de mistérios Thaddeus Radley (Morgan Freeman). De volta ao presente, os quatro cavaleiros do primeiro longa estão desfalcados de sua membro feminina, Henley (Isla Fisher), e encontram na tagarela Lola (Caplan) a substituta para o retorno do grupo aos holofotes. Esse retorno, no entanto, não se dá sem surpresas para o grupo. Daniel Atlas (Jesse Eisenberg), Merritt McKinney (Woody Harrelson) e Jack Wilder (Dave Franco) – os membros originais do bando – ao lado de Lola entram numa armadilha que os levam até a China, nas mãos do ricaço Walter Mabry (Radcliffe), que tem uma vendeta pessoal contra eles. Neste jogo de gato e rato, o agente do FBI Dylan mostrará cada vez mais sua real faceta.

Um dos problemas do primeiro longa-metragem era a reviravolta do desfecho um tanto inventada, que modificava completamente a personalidade de um dos personagens centrais. Ao menos, aqui, essa persona desconhecida para o grande público (e, aparentemente, para o próprio ator) é melhor trabalhada e conseguimos entender as motivações que o levaram a “mudar de time”. Nesta produção, também são desenvolvidos alguns pontos que foram ensaiados no anterior, como a vontade de liderança de Daniel Atlas e como Thaddeus conseguia estar à frente de todos sempre. Não é muito, mas ao menos temos algum rascunho de desenvolvimento de personagens. Juntando-se bem ao time, Lizzy Caplan nos faz esquecer de Isla Fisher, como uma mágica divertida e falante, marcando bem sua personalidade diferente da antiga colega. Ela parece se divertir bastante, assim como Daniel Radcliffe, que está conscientemente exagerado como um dos vilões da trama.

Por falar em exageros, eles estão em todos os lugares. Seja nos cenários grandiosos, na inclusão de personagens desnecessários (como o irmão gêmeo de McKinney) ou em cenas completamente sem sentido. Um bom exemplo é a cena da carta de baralho, que passa de mão em mão enquanto cada um dos mágicos é revistado. O óbvio seria que a pessoa revistada não tivesse o objeto em mãos. E é exatamente o oposto disso que é feito, sem qualquer tipo de explicação que fizesse sentido – a não ser fazer um balé de prestidigitação. A presença do "Olho" continua sendo um mistério pouco explorado e bons nomes como Michael Caine e Morgan Freeman são pouco explorados na trama.

Com ritmo ágil, Truque de Mestre: O 2º Ato tem suas falhas, mas cumpre o que promete. É um thriller de ação que coloca o espectador em lugar privilegiado para ser ludibriado pelos esquemas daqueles mágicos – não diferente dos parvos vilões, que se acham espertos demais para serem passados para trás. É notório que um terceiro longa está engatilhado, bastando uma bilheteria vitaminada para confirmar mais uma continuação. Resta saber se o público está com vontade de ser enganado de novo pelos truques daqueles incríveis ilusionistas.

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é crítico de cinema, membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista, produz e apresenta o programa de cinema Moviola, transmitido pela Rádio Unisinos FM 103.3. É também editor do blog Paradoxo.
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