Crítica


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Sinopse

Julianne e Michael combinaram algo essencial: se chegarem aos 28 anos solteiros, ele pediria a mão dela em casamento. Ao receber um telefonema do amigo anunciando seu matrimônio, Julianne descobre-se apaixonada.

Crítica

Chega a ser engraçado analisar a carreira de Julia Roberts. Muitos podem não se lembrar, mas após Uma Linda Mulher (1990), não só ela foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz como ficou conhecida mundialmente. O problema é que todos os seus filmes seguintes foram péssimas escolhas. A maioria tendo apenas sua figura como carro-chave, mas sem conteúdo nenhum – seja comercial ou artístico. Entre algumas “pérolas” desta fase ruim estão Tudo Por Amor (1991), Adoro Problemas (1994) e O Segredo de Mary Reilly (1996). Este último, por sinal, lhe valeu uma nominação para o Framboesa de Ouro como Pior Atriz. Ela até fez um pequeno papel no delicioso Todos Dizem Eu Te Amo (1996), de Woody Allen, mas sua personagem era eclipsada pelos demais em tela. A volta por cima veio em 1997 com uma comédia romântica que ninguém dava nada: O Casamento do Meu Melhor Amigo.

O filme, realmente, pode não ter nada demais. Porém, é tão bem conduzido com excelentes piadas, coadjuvantes de peso, um final fora do usual neste tipo de produção e uma Julia Roberts com um timing cômico acima da média. Para um gênero que não apresenta muitas novidades desde que foi criado (ou seja, um período de praticamente cem anos), a comédia realmente prende a atenção. Quem ainda não viu, vale lembrar a história: Julianne Potter (Julia Roberts) recebe o convite do melhor amigo Michael (Dermot Mulroney) para ser madrinha do casamento deste, que será realizado na casa da família da noiva, Kimberly (Cameron Diaz). Apaixonada ainda por Michael, Julianne faz de tudo para atrapalhar os preparativos da cerimônia e causar dúvidas no casal. Chega inclusive a chamar seu melhor amigo gay, George (Rupert Everett), para causar ciúmes no antigo amor.

Não são poucas as cenas divertidas do filme dirigido por P.J. Hogan, que já conhecia do riscado com produções como O Casamento de Muriel (1994). Entre os destaques, há uma cantoria totalmente desafinada de Kimberly no karaokê de um bar e, é claro, o jantar em que toda a mesa canta I Say A Little Prayer, que virou hit por anos após o longa. O roteiro também faz questão de apontar muitas qualidades para a rival de Julianne, fazendo inclusive o público começar a detestar a personagem de Julia por sua obsessão sem limites. O que acaba gerando mais risos da plateia também. Com Julia Roberts com uma aposta certeira como protagonista, Cameron Diaz e Rupert Everett também se revelaram excelentes comediantes. Ele já era conhecido na Europa por trabalhos em filmes britânicos. Ela, até então, era apenas a “namorada do Máskara”, do filme homônimo de 1994, sem muitos papéis relevantes até aquele momento.

O Casamento do Meu Melhor Amigo é aquele típico filme inofensivo que pode até não gerar muitas reflexões após a sessão. Mas com certeza é do tipo que, se está passando na televisão, qualquer um para e assiste até o final. Por sinal, sua conclusão é coerente e faz jus ao que o roteiro promete ao longo de seus pouco mais de 100 minutos, mesmo que um dos personagens acabe sem seu amor. Um frescor para um gênero tão desgastado.

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é crítico de cinema, apresentador do Espaço Público Cinema exibido nas TVAL-RS e TVE e membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista e especialista em Cinema Expandido pela PUCRS.
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