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Sinopse

Três mochileiros vão a uma cidade na Eslováquia pretendendo se divertir. Mas o que eles encontram é um pesadelo interminável.

Crítica

O objetivo da juventude é a endorfina. Em busca deste, três mochileiros, Josh, Paxton e Oli (Derek Richardson, Jay Hernandez e Eythor Gudjonsson) aventuram-se pela Europa. O destino escolhido é Amsterdam, símbolo moderno da permissividade. Quando o limite não é suficiente, surge o convite para conhecer um albergue próximo à Bratislava. Na capital da Eslováquia, fora da disciplinada e conhecida União Europeia, sugere-se que o mundo hedonista é realidade.

Escrito e dirigido por Eli Roth, diretor que estreou com o algo similar sucesso de bilheteria Cabana do Inferno (2002), O Albergue procura apresentar uma proposta distinta da maioria dos trabalhos do gênero. Há um esforço para desviar do senso comum, do discurso corrente de que filmes de sexo e violência não necessitam nada além de – veja só - sexo e violência para agradar. Acontece que nunca antes – e cada vez mais – sexo e violência foram tão banalizados; nunca antes fizeram tanto parte da realidade do espectador. É cada vez mais difícil chocar, assim como é cada vez menos incômodo mostrar por mostrar. Por isso, a tentativa de executar um enredo dinâmico, em que o gênero venha acompanhado de uma história envolvente é bem-vinda. No entanto, o tropeço de Roth talvez esteja justamente no roteiro.

A primeira parte de O Albergue flui com naturalidade. O tom leve e cômico é perfeito para atingir o público inquieto sentado nas salas de cinema. A produção sabe bem qual o seu alvo. Os jovens em tela são o reflexo perfeito destes. Assim, o filme consegue criar dois artifícios importantes: empatia entre espectador e personagens, e o clima a ser desfeito no decorrer da narrativa, com o intuito de chocar.

As expectativas do primeiro ato não se confirmam. O que se encaminhava para uma tensão psicológica resulta em um amontoado de sustos. Sustos e sangue, muito sangue. Às vezes, é preciso admitir, um filme se prejudica mais por começar bem e definhar do que pela regular falta de qualidade. O espectador é intolerante às frustrações, a não ser o público do gore, esse subgênero do terror do qual fez parte Peter Jackson, o regente de O Senhor dos Anéis. A tolerância é a única forma de manter o filme de Roth em pé com dignidade, enquadrado no estereótipo. Se for esse o caso, então tudo bem.

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é crítico de cinema, membro da ACCIRS - Associação dos Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul, e da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Tem formação em Filosofia e em Letras, estudou cinema na Escola Técnica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Acumulou experiências ao trabalhar como produtor, roteirista e assistente de direção de curtas-metragens.
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