Years and Years :: T01 :: E02
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Russell T. Davies
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Years and Years :: T02
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2019
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Reino Unido
Crítica
Leitores
Sinopse
Years and Years
Years and Years :: T01
Episódio | Data de exibição |
---|---|
Years and Years :: T01 :: E06 | 11/06/2019 |
Years and Years :: T01 :: E05 | 11/06/2019 |
Years and Years :: T01 :: E04 | 4/06/2019 |
Years and Years :: T01 :: E03 | 21/05/2019 |
Years and Years :: T01 :: E02 | 21/05/2019 |
Years and Years :: T01 :: E01 | 14/05/2019 |
Crítica
Vivienne Rook (Emma Thompson, excepcional) está cada vez mais forte. Ela pode não dizer nada de concreto, mas fala exatamente o que o público deseja ouvir. Soa próximo demais do mundo real que vivemos hoje? Pois bem, muito provavelmente seja justamente essa a intenção dos realizadores de Years and Years, uma das séries mais provocadoras e incômodas deste ano. Na verdade, o criador Russell T. Davies (vencedor do Bafta por Doctor Who, 2005) já declarou: serão apenas seis episódios, e nada mais. Uma única temporada, portanto. E pelo que foi visto nestes dois primeiros capítulos, seis horas da visão que ele aqui oferece parecem ser mais do que suficientes.
Afinal, por mais que Rook esteja na boca – e nos aplausos, e nas esperanças, e nas revoltas – da população britânica, em Years and Years acompanhamos essa mudança através da família Lyons. A avó Muriel (Anne Reid) se tornou a matriarca após a morte da filha, e agora é o porto seguro dos quatro netos: Stephen (Rory Kinnear), casado e pai de duas garotas; Daniel (Russell Tovey), que largou o marido por um novo amor; Rosie (Ruth Madeley), mãe solteira de duas crianças; e Edith (Jessica Hynes), uma ativista social que acaba de voltar para casa após anos envolvida com manifestações e movimentos revolucionários no exterior. Entre o primeiro e este segundo episódio, quase um ano se passou. E as coisas só pioraram, para praticamente todos eles.
Enquanto Muriel é pouco mais do que uma observadora privilegiada, cabe a ela verdades que há muito precisam ser ditas, como na comovente cena em que dialoga com Viktor (Maxim Baldry), o novo namorado do neto dela. Quando abre a boca, parece ser num tom rude, até mesmo desagradável. Porém, à medida que seu discurso avança, será quase impossível reter as lágrimas. “Mas é melhor limpá-las o quanto antes, pois você não irá receber um abraço ou algo do gênero”, se apressa em esclarecer. Entre o melodrama e a dura honestidade transitam também Edith, que tem revelada em rede nacional uma novidade perturbadora, ou Rosie, hesitante entre os apelos dos irmãos e sua posição como representante de uma classe que anseia por mudanças, sejam essas quais forem, justamente por viverem numa ausência quase completa de melhores expectativas. Viv Rook está aqui para ela, portanto.
Do outro lado dessa questão, há os homens. E se o problema enfrentado por Daniel parece ser única e exclusivamente de natureza romântica – seguir seu coração, em tempos cada vez mais amargos, pode ser uma decisão de dolorosas consequências – estará em Stephen o grande ‘tapa na cara’ deste segundo encontro com os Lyons – o que fazer quando todas as suas esperanças desaparecem, literalmente, da noite para o dia? Este, aliás, é o modus operandi de Years and Years: a trama até começa num tom aparentemente normal – por mais comum que seja uma garota ter um telefone implantado na própria mão – mas não se engane: a qualquer momento tudo irá mudar para o completo desespero. E o pior: este é bastante próximo de qualquer um do lado de cá da tela. Basta um estalar de dedos – ou o passar de alguns anos. Quem viver, (talvez) verá.
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